Journal Information
Vol. 25. Issue S1.
12° Congresso Paulista de Infectologia
(January 2021)
Share
Share
Download PDF
More article options
Vol. 25. Issue S1.
12° Congresso Paulista de Infectologia
(January 2021)
EP‐276
Full text access
MUDANÇAS EM PADRÕES DE CONSUMO DE ÁLCOOL GEL PARA HIGIENE DAS MÃOS ANTES E DURANTE A PANDEMIA DE COVID‐19
Visits
3836
Helena Alvarenga Sardenberg, Ricardo de Souza Cavalcante, Carlos Magno C. Branco Fortaleza
Faculdade de Medicina de Botucatu (FMB), Universidade Estadual Paulista (UNESP), Botucatu, SP, Brasil
This item has received
Article information
Special issue
This article is part of special issue:
Vol. 25. Issue S1

12° Congresso Paulista de Infectologia

More info
Full Text

Introdução: A pandemia de COVID‐19 trouxe desafios ao controle de infecção. Embora a transmissão do SARS‐Cov‐2 seja predominantemente por gotículas, a Organização Mundial da Saúde reforça a adesão à higiene das mãos como uma das medidas essenciais para evitar a disseminação do vírus em hospitais. Uma das maneiras de quantificar indiretamente a higiene das mãos é o acompanhamento do consumo de álcool‐gel em unidades hospitalares.

Objetivo: Estudar a evolução do consumo de álcool‐gel em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) de um hospital de ensino no período pré‐pandêmico e durante a pandemia de COVID‐19.

Metodologia: Foi obtido o consumo mensal de álcool‐gel no período de janeiro de 2018 a agosto de 2020 para cinco UTIs. Taxas foram calculadas em litros por mil pacientes‐dia. O consumo foi calculado nos períodos pré‐pandêmico (jan/2018 a fev/2020) e pandêmico (mar/2020‐ago/2020). Foram então realizadas as seguintes análises: (1) comparação de taxas antes e depois, pelo “mid‐P exact test” no software OpenEpi (Emory University, Atlanta, GA, USA); (2) análise de séries temporais interrompidas, tendo o mês de março de 2020 como “momento de intervenção“, no software STATA 14 (Statacorp, College Station, TX, USA).

Resultados: As taxas de uso de álcool gel (em litros por 1000 pacientes‐dia) após e antes março de 2020 foram as seguintes: UTIs de adultos não COVID‐19, 48,8 versus 24,3 (Razão de taxas [RT], 2,00; Intervalo de confiança [IC] de 95%. 1,99‐2,01; p<0,001); UTI de adultos internando COVID‐19, 43,7 versus 33,7 (RT 1,41; 95% 101, 1,30‐1,32; p<0,001); UTI pediátrica, 48,9 versus 27,0 (RT 1,81; 95% 101, 1,80‐1,83; p<0,001); UTI neonatal, 45,5 versus 17,8 (RT 2,56; 95% 101, 2,54‐2,68; p<0,001). Na análise de séries temporais interrompidas, todas as UTIs apresentaram aumento imediato do uso do álcool gel. Porém somente duas delas apresentaram aumento sustentado ao longo do tempo: UTI de adultos com COVID‐19 (coeficiente, 0,822; IC95%, 0,820 a 0,824; p<0,001) e UTI neonatal (coeficiente, 1,005; IC95%, 1,005 a 1,006; p<0,001). As demais UTI reduziram progressivamente o uso, retornando aos níveis pre‐pandêmicos em agosto/2020.

Discussão/Conclusão: Os resultados demonstram que a preocupação com a transmissão intra‐hospitalar do SARS‐Cov‐2 pode contribuir para aumentar adesão à higiene das mãos. No entanto, em unidades nas quais essa preocupação não é mantida, os níveis de adesão podem cair rapidamente.

Download PDF
The Brazilian Journal of Infectious Diseases
Article options
Tools