Journal Information
Vol. 22. Issue S1.
11° Congresso Paulista de Infectologia
Pages 139 (December 2018)
Share
Share
Download PDF
More article options
Vol. 22. Issue S1.
11° Congresso Paulista de Infectologia
Pages 139 (December 2018)
EP‐203
Open Access
MUCORMICOSE RINICEREBRAL EM PACIENTE QUE VIVE COM HIV
Visits
2977
Luiz Alves Silva Neto, Andrea Inês Spadeto, Lisia Gomes Martins Moura Tomich
Hospital de Doenças Tropicais (HDT), Goiânia, GO, Brasil
This item has received

Under a Creative Commons license
Article information
Full Text

Data: 19/10/2018 ‐ Sala: TV 8 ‐ Horário: 14:05‐14:10 ‐ Forma de Apresentação: E‐pôster (pôster eletrônico)

Introdução: Mucormicose é uma doença fúngica angioinvasiva agressiva que acomete principalmente imunocomprometidos e pessoas com hiperglicemia importante. As espécies de fungos filamentosos mais comuns em cultura, apesar da baixa sensibilidade, são Rhizopus aprecies (47%), Mucor aprecies (18%) e Cunnighamella bertholletiae (7%)

Objetivo: Descrever caso de mucormicose rinocerebral em paciente que vive com HIV e sua dificuldade diagnóstica.

Metodologia: Paciente de 45 anos, feminina, admitida em hospital após crises convulsivas seguidas de rebaixamento do nível de consciência, afasia e hemiparesia. Teste rápido de HIV foi positivo (CD4 49, CV 34.444), TC de crânio (TCC) mostrou área de hipoatenuação córtico‐subcortical em região parieto‐occipital esquerda, determinou apagamento da transição da substância branca/cinzenta e dos espaços liquóricos dos sulcos regionais, comprimiu o corno posterior do ventrículo lateral esquerdo, LCR com 20 céls (85% MN), proteínas 87,9, glicose 73,5, tinta da China negativa, VDRL não reagente. Iniciaram‐se SMX‐TMP e corticoide pela hipótese de neurotoxoplasmose (NTX) e paciente apresentou melhoria da síndrome neurológica, apesar de TCC sem evidência de melhoria e ausência de realce anômalo pelo meio de contraste. TARV foi introduzida no D20 com alta em quatro dias. Reinternou três meses depois com crises convulsivas, dor abdominal e vômitos. RNM de crânio mostrou lesão cortical e subcortical que comprometia os lobos parietal e occipital esquerdos e em menor grau nas regiões posteriores dos lobos temporal, frontal e ínsula correspondentes, sugeriu AVC isquêmico, TC de face com sinusopatia maxilar e etmoidal, LCR com 1 cél, 220 hemácias, 57 glicose, 37,6 proteínas e cultura positiva para Mucor sp. Fez uso de Anfotericina B desoxicolato por 34 dias e, durante internação, evoluiu com pneumonia, tratada com piperacilina/tazobactam. Houve melhoria dos sintomas neurológicos e radiológica, TCC com calcificações residuais esparsas no hemisfério cerebral direito.

Discussão/conclusão: O diagnóstico é difícil, sinais e sintomas são inespecíficos, bem como os achados radiológicos. Nos pacientes que vivem com HIV, verificam‐se fatores de risco: CD4<50, uso de drogas injetáveis, corticoide e neutropenia. Apresenta diversidade de formas clínicas (disseminada, pulmonar, renal, rinocerebral, cerebral isolada). O tratamento de escolha é anfotericina B, porém não há estudos sobre a dose ideal para terapia. Recomenda‐se o uso até resposta clínica e radiológica, pode estender até resolução da imunodepressão.

The Brazilian Journal of Infectious Diseases
Article options
Tools