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Vol. 25. Issue S1.
12° Congresso Paulista de Infectologia
(January 2021)
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12° Congresso Paulista de Infectologia
(January 2021)
EP‐364
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LOBOMICOSE: PERFIL CLÍNICO E EPIDEMIOLÓGICO DE UMA DOENÇA TROPICAL NEGLIGENCIADA
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Anderson José de Oliveira, Kamila dos Santos Gonçalves, Anna Carolina Raszl Cortez, Marco Aurélio Belli, Lucy Cavalcanti Ramos Vasconcelos
Universidade Federal do Acre (UFAC), Rio Branco, AC, Brasil
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12° Congresso Paulista de Infectologia

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Introdução: A Lobomicose é uma doença causada pelo fungo Lacazia loboi e se caracteriza como uma infecção fúngica granulomatosa de caráter crônico. Foi descrita em 1930 pelo médico Jorge Lobo (denominação eponímica da doença) cuja maior parte dos relatos de casos ocorreram em regiões de climas tropicais e úmidos como a região amazônica. Os pacientes apresentam lesões queloidiformes que se assemelham esteticamente à forma virchowiana da hanseníase e, assim como ela, faz parte do rol das DTN (Doenças Tropicais Negligenciadas).

Objetivo: Traçar um perfil clínico e epidemiológico da doença a fim de demonstrar a necessidade da criação de terapias medicamentosas bem como despertar o interesse nas doenças tropicais negligenciadas.

Metodologia: Revisão sistemática de literatura por meio de pesquisa bibliográfica de publicações científicas no período de 1999 a 2018 nas bases de dados Lilacs, SciELO E PubMed.

Resultados: Foram encontrados 206 resultados na plataforma PubMed utilizando os descritores “Lobomycosis” e “Jorge Lobo”, contudo, para efeitos de comparação, adotando o descritor “Tuberculose” a quantidade de artigos na plataforma chega a 8444 resultados. Até o ano de 2018 foram relatados aproximadamente 550 casos de lobomicose no Brasil, sobretudo na região amazônica, entretanto, o número de casos pode ser bem maior devido a subnotificação. Em relação ao perfil epidemiológico, a maior parte dos casos relatada ocorreu em homens entre 20 e 45 anos cujas atividades envolvem contato direto com água e solo como agricultores, pescadores, seringueiros e caçadores de pedras preciosas. Em geral, as lesões provocadas ocorrer em regiões mais expostas e suscetíveis de sofrerem algum tipo de traumatismo, assim, as áreas de maior ocorrência são: membros inferiores (32%), pavilhão auricular (25%), membros superiores (22%), face (7%), sacro (3%), tórax (2%) e pescoço (1%). Até o momento não foram descritos casos de infecção inter‐humana.

Discussão/Conclusão: Doenças e condições de saúde não podem ser negligenciadas, independente da sua prevalência na população por meio de contato com o fungo na natureza e o tratamento se dá pela Poliquimioterapia Multibacilar que é o mesmo da hanseníase, no entanto, por mais que essa infecção fúngica não represente um enorme problema de saúde pública, ela compromete de forma muito significativa a vida dos pacientes dado seu quadro clínico e o tratamento insatisfatório, pois não há cura, embora ela possa apresentar uma melhor resposta caso ocorra diagnóstico e intervenção precoce.

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