Paciente diagnosticado com hemorragia intraventricular submetido a derivação ventricular externa (DVE), internado em unidade de terapia intensiva (UTI), evolui com meningite por um raro microrganismo não pertencente a microbiota humana, o Leuconostoc mesenteroides.
ObjetivoRelato de caso clínico decorrente da exposição a raro patógeno não pertencente a microbiota habitual de pacientes graves.
Materiais e métodosRevisão de prontuário, bioquímica e identificação de microorganismo por padrão MALDI-TOF. Relato: Masculino, 50 anos, referenciado, para investigação de rebaixamento de nível de consciência. Na admissão, ECG 12, apresentava pupilas de 2 mm, bradrreativas. Realizado tomografia de crânio, mostrando presença de hemoventrículo, submetido a DVE à esquerda. Pós-operatório imediatado, em UTI, apresentava-se febril, 37,8°, extubado no dia seguinte, mantendo confusão alternando com agitação. Realizado arteriografia, constatado agenesia de ramo A1 de carótida interna. No quarto dia, paciente apresenta delirium, tremores, picos febris e piora neurológica. Devido a gravidade do quadro, iniciado carbapenêmico e glicopeptídeo, junto ao rastreio infeccioso. Resultados mostrando LCR positivo para microorganismo raro, Leuconostoc mesenterióides, identificado por MALD-TOF (método de ionização a lazer assistia por matriz-tempo de voo), assim realizando troca de antibioticoterapia por Ampicilina. Paciente apresenta melhora clinica, com alta para enfermaria, após tratamento, alta para casa com seguimento ambulatorial.
DiscussãoO Leuconostoc sp, um enterococo Gram positivo, Subespécie grudo D de Lancerfild, com dificuldade para identificação devido características fenotípicas atípicas, além de intrinsecamente resistente aos glicopeptideos, no caso em questão vancomicina. Estes microorganismo infectam tipicamente, pacientes em uso de múltiplos antibióticos, imunodeprimidos, neutropênicos e uso de dispositivos invasivos. Neste relato, após início de nova terapia e troca de derivação ventricular externa, paciente evolui para resolução de infecção em semanas posteriores.
ConclusãoEste trabalho, relata um caso de meningite, por raro patógeno que apresenta resistência a glicopeptideo, no entanto um respondedor a Ampicilina. Na abordagem de paciente grave, sem melhora de exames clínicos e laboratoriais apesar do tratamento estabelecido, mircroorganismos raros, assim como, seus respectivos tratamentos devem ser incluídos como provável fator desencadeante.