Introdução: A leptospirose é uma zoonose de curso agudo a crônico, causada por bactérias do gênero Leptospira. Acomete todos os animais homeotérmicos, além do homem, sendo considerada uma zoonose ocupacional. É de distribuição mundial e ocorre principalmente em regiões tropicais e subtropicais, sendo considerada uma doença emergente e reemergente. O rato de esgoto é o principal reservatório e portador são universais. O cão tem papel importante na cadeia de transmissão da doença para o homem, potencializado pela proximidade estabelecida no mundo contemporâneo entre ambos, coloca a leptospirose canina como uma preocupação relevante na saúde pública e como problema socioeconômico, dependendo da espécie acometida.

Objetivo: Avaliar a infecção por leptospirose em cães, atendidos no hospital veterinário da FMVZ da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, cidade de Botucatu‐ São Paulo, no período de janeiro de 2019 a setembro de 2020.

Metodologia: A prova de Soroaglutinação Microscópica foi realizada para detectar anticorpos anti‐Leptospira spp. As amostras foram consideradas reagentes quando apresentavam título igual ou superior a 100. Foram testados 12 sorovares de importância epidemiológica para carnívoros. As amostras foram coletadas de 144 cães com suspeita clínica da doença, de 47 cidades do estado de São Paulo.

Resultados: No total 9 (6,25%) apresentaram anticorpos anti‐Leptospira spp. para pelo menos um sorovar, e 5 (55,55%) animais apresentaram títulos para mais de um sorovar, sugerindo uma coinfecção. O sorovar mais frequente foi Nupezo 01 (55,55%) isolado de urina de cães, seguido por Canicola (33,33%), Copenhageni (33,33%), Pyrogenes (22,22%), Pomona (22,22%) e Autumnalis (22,22%) e Australis (11,11%).

Discussão/Conclusão: Considerando que o cão representa um membro importante nas famílias brasileiras e no mundo, é fundamental a promoção de ações de educação em saúde para toda população e, particularmente, aos seus tutores, devido ao seu estado de portador renal, como elo de transmissão na cadeia epidemiológica da doença, e de suma importância para saúde pública.