12° Congresso Paulista de Infectologia
More infoAg. Financiadora: CNPQ
Introdução: No ambiente intra‐hospitalar as superfícies contaminadas podem ser fontes de agentes etiológicos das infecções relacionadas à assistência à saúde, especialmente em áreas críticas como terapia intensiva. A contaminação ambiental expõe os pacientes ao risco de contaminação cruzada, em especial aqueles que sofreram grandes traumas como queimaduras. Dessa forma a efetiva desinfecção do ambiente hospitalar favorece o controle e prevenção de infecção por microrganismos do ambiente.
Objetivo: Investigar a contaminação ambiental por microrganismos patogênicos e multirresistentes aos antimicrobianos antes e após o processo de desinfecção concorrente em uma unidade de terapia intensiva destinada a pacientes queimados.
Metodologia: Estudo transversal e exploratório, realizado na unidade de terapia intensiva no centro de tratamento de queimados de um hospital universitário. Para avaliar a contaminação ambiental foram friccionados Swabs nas superfícies da área correspondente à unidade do paciente, antes e após a desinfecção concorrente utilizando álcool 70%. Foram coletados dados das culturas microbiológicas dos pacientes, hospitalizados no leito em estudo, e seus resultados foram relacionados aos das culturas ambientais identificadas nesta pesquisa.
Resultados: Foram analisadas seis unidades de pacientes, das quais quatro (66,67%) apresentaram microrganismos multirresistentes no momento pré‐desinfecção. Após a desinfecção concorrente apenas uma unidade do paciente (33,33%) permaneceu com microrganismo multirresistente. A cama foi a superfície que obteve maior contaminação na pré‐desinfecção (66,6%), sendo o Acinetobacter baumannii resistente aos Carbapenêmicos o microrganismo mais encontrado (62,5%). Houve redução de 100% da contaminação das camas após a desinfecção com álcool 70%. Em relação às amostras clínicas dos pacientes internados, 3 (50%) apresentaram a mesma espécie e perfil de resistência da amostra ambiental de seus respectivos leitos.
Discussão/Conclusão: Evidenciou‐se a presença de microrganismos multirresistentes em superfícies da unidade do paciente, sendo o microrganismo mais frequente o A. baumannii resistente Carbapenêmicos A desinfecção concorrente com álcool 70% mostrou‐se efetiva na redução da contaminação do ambiente por microrganismos resistentes.