Data: 19/10/2018 ‐ Sala: TV 4 ‐ Horário: 14:05‐14:10 ‐ Forma de Apresentação: E‐pôster (pôster eletrônico)
Introdução: As infecções respiratórias agudas (IRAs) são causas comuns de morbimortalidade, especialmente em extremos etários e em imunocomprometidos. Apresentam como manifestações clássicas: tosse, febre, dor de garganta, cefaleia e outros. Como etiologia, há os vírus influenza A e B e outros vírus respiratórios (OVRs), entre os quais estão metapneumovírus (HMPV), parainfluenza (PIV), adenovírus (ADV), vírus sincicial respiratório (VSR). Podem causar as síndromes gripal (SG) e respiratória aguda grave (SRAG), de modo que a manifestação varia de um resfriado autolimitado até complicações graves, como meningoencefalites e pneumonia.
Objetivo: Fazer um panorama etiológico viral das IRAs, bem como investigar aspectos clínico‐epidemiológicos das infecções por vírus influenza e OVRs em pacientes com SG ou SRAG, em Teresina, de janeiro a abril de 2018.
Metodologia: Estudo retrospectivo, descritivo e qualiquantitativo, feito em um laboratório de saúde pública do Piauí. O trabalho teve aprovação do Comitê de Ética em pesquisa e os dados clínicos e laboratoriais foram procedentes das fichas de notificação de SG e SRAG de 357 pacientes.
Resultado: Verificou‐se que 331 (92,71%) pacientes são procedentes de Teresina. Quanto ao aspecto clínico, houve 180 (50,42%) casos de SRAG e de 177 (49,58%) de SG, de modo que o gênero feminino foi o mais acometido, com 205 (57,42%) casos. Em relação à faixa etária, 128 (35,85%) tinham menos de 10 anos, 25 (7%) desses < 1 ano. Entre os sintomas analisados, sobrepujaram febre, tosse e dor de garganta. Quanto à detecção viral por RT‐PCR em tempo real, verificou‐se que 87 (24,36%) pacientes tinham carga viral detectável para HMPV, 21 (5,88%) para PIV 1, 98 (27,45%) para influenza A (H1N1 pdm09), seis (1,68%) para ADV e 145 (40,61%) sem detecção de vírus. Houve infecção múltipla em 27 (7,56%) pacientes, com predomínio de PIV 1 e HMPV (40,74%) e de PIV 3 e HMPV (37,03%). Notou‐se o uso de Oseltamivir (Tamiflu) em 161 pacientes, entre os quais 101 (62,74%) tinham infecção por OVRs.
Discussão/conclusão: Os dados demonstraram predomínio de SG e SRAG em mulheres e crianças. Os sintomas mais observados foram febre, tosse e dor de garganta. Observou‐se maior prevalência da infecção por influenza A (H1N1 pdm09), evidenciou uso indevido de Oseltamivir em muitos pacientes. Diante dessa situação, torna‐se fundamental a investigação laboratorial de vírus respiratórios e de outros agentes infecciosos, em busca da terapêutica adequada.