XXIII Congresso Brasileiro de Infectologia
More infoA covid-19 afetou populações em todo o mundo como uma das principais causas de morbimortalidade na atualidade. Em períodos sazonais há a circulação de vírus respiratórios, sendo possível que as coinfecções elevem o potencial de internamento, principalmente, em indivíduos que evoluem com síndrome respiratória aguda grave (SRAG). Esse estudo objetiva descrever as características clínico-epidemiológicas de pacientes com coinfecção covid-19/Influenza internados no Hospital São José de Doenças Infecciosas (HSJ).
MétodosEstudo transversal de pacientes adultos internados com a coinfecção confirmada por método molecular (Allplex™ SARS-CoV-2/FluAFluB/RSV Assay ou Painel respiratório Filmarray Multiplex), em amostras respiratórias, no HSJ, entre 2022-2023.
ResultadosNo período do estudo, foram identificados dez pacientes com a coinfecção covid-19/Influenza. Seis pacientes eram do sexo masculino, e quatro do sexo feminino. A mediana de idade foi de 54 anos [IIQ 43 – 62]. Sete pacientes eram procedentes de Fortaleza-CE. Nove tinham comorbidades, sendo as comorbidades mais comuns hipertensão arterial sistêmica (n = 3), diabetes mellitus tipo 2 (n = 3) e infecção pelo HIV (n = 2). Os pacientes com HIV apresentavam imunossupressão avançada (linfócitos T CD4+ < 50 cel/mm3). Informações sobre vacinação para covid-19 estavam presentes em sete pacientes, dos quais, quatro (57%) haviam sido vacinados. Os sintomas mais comuns à admissão foram: febre (70%), tosse (60%), dispneia (40%) e hipoxemia (30%). Seis pacientes foram admitidos com SRAG. Nove pacientes necessitaram de suporte de oxigênio, sendo quatro por cateter nasal de baixo fluxo, dois por máscara reservatório, e três por ventilação mecânica invasiva. Nove pacientes realizaram tomografia computadorizada de tórax. Os principais achados foram: opacidades em vidro fosco (44,5%), derrame pleural (44,5%), consolidações (33,4%) e atelectasias (33,4%). Cinco pacientes evoluíram para óbito; três por pneumonia associada à ventilação mecânica (PAV), um por choque séptico e outro por histoplasmose disseminada.
ConclusãoApesar do número pequeno de pacientes deste estudo devemos estar atentos à gravidade e às potenciais complicações desta coinfecção respiratória. É possível, que tenhamos muitos mais casos, porém o acesso aos métodos moleculares com alvo em múltiplos agentes, ainda é difícil para a população em geral.