12° Congresso Paulista de Infectologia
More infoIntrodução: O estudo de novos compostos que sejam capazes de inibir o protozoário Trypanosoma cruzi em todas as fases da doença de Chagas, representa uma alternativa promissora para o tratamento da parasitose.
Objetivo: O presente estudo teve por objetivo avaliar in vitro o potencial tripanomicida da iodoacetamida (IAA), inibidor de cisteína‐proteases e da bacteriocina, peptídeo anfipático produzido pela bactéria Pediococcus acidilactici, sobre epimastigotas de T. cruzi.
Metodologia: Os cultivos de epimastigotas foram incubados durante 24 horas (25 a 28°C) e divididos nos seguintes grupos: G1: controle não tratado, G2: controle tratado com violeta genciana a 62,5μg/mL, G3: tratado com IAA a 100μM e G4: tratado com bacteriocina a 25%. Após este período de incubação, o número de epimastigotas foi estimado a partir de contagens em câmara de Neubauer, a sua viabilidade foi estabelecida em azul tripan a 0,4% e a morfologia foi determinada após análise em microscopia óptica.
Resultados: Os cultivos tratados com IAA não se mostraram viáveis, além de serem visualizadas alterações na morfologia característica das epimastigotas. A maioria dessas apresentou‐se arredondada e sem flagelo quando comparadas às culturas não tratadas. Por outro lado, os cultivos tratados com bacteriocina apresentaram‐se viáveis e morfologicamente normais, apesar de o número de epimastigotas ser reduzido em relação às culturas não tratadas. A redução do número de epimastigotas após tratamento com a bacteriocina foi de 32,3%.
Discussão/Conclusão: Os resultados deste estudo evidenciam que tanto a IAA quanto a bacteriocina apresentam atividade sobre culturas de T. cruzi, provavelmente, por promoverem alterações na permeabilidade da membrana do parasita e nas enzimas necessárias ao seu metabolismo. Entretanto, são necessárias outras avaliações para que as concentrações efetivas mínimas sejam estabelecidas e para que os mecanismos de morte sejam esclarecidos.