Data: 18/10/2018 ‐ Sala: TV 3 ‐ Horário: 10:44‐10:49 ‐ Forma de Apresentação: E‐pôster (pôster eletrônico)
Introdução:Scedosporium spp. e Pseudallescheria spp. são fungos filamentosos saprófitas que em indivíduos imunossuprimidos podem causar infecções localizadas na pele ou disseminadas com envolvimento pulmonar e cerebral
Objetivo: Descrever infecções pelo complexo Scedosporium/Pseudallescheria em receptores de transplante renal (TxR) no Hospital do Rim (Unifesp)– São Paulo.
Metodologia: Revisão de prontuário de cinco casos confirmados por cultura e histopatologia de scedosporiose que ocorreram em pacientes transplantados renais entre 2000 e 2017 no Hospital do Rim – Unifesp
Resultado: Cinco pacientes foram identificados dentre 9.615 receptores de TxR, representaram uma incidência de 0,052 casos/100 TxR. Três (60%) pacientes eram homens e a média de idade foi de 42,8 anos. O tempo médio para o início da doença após o transplante foi de 12,8 meses. Dois casos (40%) foram relatados em receptores de doadores falecidos. Terapia de indução com anticorpos antilinfócitos foi feita no momento do transplante em dois (40%) pacientes e rejeição do enxerto seis meses antes do diagnóstico de scedosporiose foi observada em um caso. No momento do diagnóstico, todos os pacientes usavam inibidores de calcineurina e prednisona. A disfunção do enxerto foi observada no diagnóstico de scededosporiose em três (60%) casos. O espectro clínico foi composto por: três (60%) casos com infecções cutâneas/subcutâneas, um (20%) caso de abscesso cerebral/meningite e um (20%) com abscesso subcutâneo e cerebral. Todos os pacientes tiveram infecção confirmada por análise histológica e cultura. Um paciente com doença exclusivamente cutânea foi tratado apenas com excisão cirúrgica e os outros dois pacientes foram tratados com desbridamento cirúrgico associado a itraconazol. Um caso de abscesso cerebral foi submetido a drenagem cirúrgica associada a anfotericina B. O paciente com abscesso subcutâneo e cerebral tem sido tratado até o momento com voriconazol. A retirada de drogas imunossupressoras foi necessária em dois casos com envolvimento visceral. A perda de enxerto foi documentada em dois casos. Um paciente com abscesso cerebral evoluiu para óbito e o outro paciente com abscesso subcutâneo e cerebral está em acompanhamento no serviço
Discussão/conclusão: A scedosporiose é uma infecção rara e de baixa incidência no cenário de TxR. Infecções localizadas podem ser tratadas por ressecção cirúrgica e drogas antifúngicas. Infecções cerebrais têm prognóstico ruim e elevada mortalidade.