Ag. Financiadora: Fapesp
N°. Processo: 2017/25415‐0
Data: 18/10/2018 ‐ Sala: TV 3 ‐ Horário: 10:37‐10:42 ‐ Forma de Apresentação: E‐pôster (pôster eletrônico)
Introdução: As infecções fúngicas invasivas (IFI) têm se mostrado um desafio no tratamento de pacientes portadores de doenças onco‐hematológicas submetidos a transplante de células‐tronco hematopoéticas (TCTH). Com isso, a busca de métodos diagnósticos cada vez mais sensíveis e específicos se mostra muito importante, é uma das maiores aliadas para o estabelecimento de uma terapia precoce e um melhor prognóstico.
Objetivo: Estabelecer a contribuição de cada método diagnóstico (galactomanana, tomografia computadorizada, cultura e anatomia patológica) no diagnóstico das IFI e avaliar a sobrevida dos pacientes com IFI após 30 dias do seu diagnóstico.
Metodologia: Estudo retrospectivo descritivo com pacientes do Hospital das Clínicas da USP (HC‐FMUSP), cujos dados foram coletados entre janeiro de 2007 e dezembro de 2016. Eles fizeram TCTH autólogo ou alogênico e desenvolveram IFI provada ou provável pelos critérios revisados do grupo EORTC/MSG de 2008.
Resultado: Os 91 pacientes têm média de 43,3 anos, a maioria é formada por homens 59 (62,1%) e 66 casos foram submetidos a TCTH alogênico (69,5%); 55,8% das infecções fúngicas foram classificadas como prováveis e 42 (44,2%) como provadas. Comparados os grupos de doenças de base, houve um predomínio de leucose aguda, com 36 casos (37,9%), seguido das linfoproliferações crônicas (35,8%) e das benignas e mieloproliferativas crônicas, ambas com 12 casos (12,6%). A maioria das IFI foi causada pelo Aspergillus sp (74,7%), seguido pela Candida (10,5%) e pelo Fusarium (9,5%), houve ainda cinco casos de outros fungos (5,3%) (Rhodotorula sp, Trichosporon asahii, Rhizopus sp, Mucor sp e um não identificado). A dosagem de galactomana (GM) foi o método diagnóstico mais sensível nos casos de infecção por Aspergillus sp, diagnosticou 53 casos (74,6%), seguida pela tomografia computadorizada (TC) (69%). Já as infecções pelo Fusarium foram mais diagnosticadas através das hemoculturas (88,9%), assim como todos os 10 casos de IFI por Candida (100%). As biópsias foram as que mais revelaram casos de infecções por outros fungos (80%).
Discussão/conclusão: A aspergilose invasiva (AI) foi a IFI que mais acometeu os pacientes submetidos a TCTH neste estudo. O método mais sensível para o seu diagnóstico foi a dosagem de GM, seguida pela TC de tórax. A hemocultura, não indicada para diagnóstico de AI, teve boa sensibilidade com Fusarium e Candida, é opção quando há suspeita de outras etiologias para IFI.