XXIII Congresso Brasileiro de Infectologia
More infoAs Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS) consistem em eventos adversos ainda persistentes nos serviços de saúde. Paciente com imunossupressão e tempo de internação prolongada é uma população de maior risco para aquisição de IRAS. O objetivo foi verificar as IRAS mais prevalentes comparando os períodos anterior e durante a pandemia de COVID-19.
MétodoEstudo retrospectivo realizado entre 2017 e 2022, em um Hospital referência em Infectologia do Estado de São Paulo. Os critérios para o diagnóstico das infecções hospitalares foram baseados nas recomendações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária e do Centers For Disease Control and Prevention. As IRAS avaliadas foram: Infecção Primária de Corrente Sanguínea Laboratorial (IPCSL), pneumonia, infecção relacionada ao acesso vascular central (CVS) e Infecção do Trato Urinário (ITU).
ResultadosDo total de 2277 IRAS no período, 737 ocorreram entre 2017 e 2019 e 1540 IRAS entre 2020 a 2022. Dessas 59,72% (1390) ocorreram em Unidade de Terapia Intensiva (UTI), 37,72% (859) em Unidades de Clínica Médica e 2,57% (58) em outros setores. Na UTI foram 31,32% (426) IPCSL sendo 102 (24%) pré COVID-19 e 324 (76%) na pandemia; 14,55% (198) foram CVS, destes 45 (23%) ocorreram anteriormente à pandemia e 153 (77%) na pandemia; 33% (446) pneumonia (116 – 26% anterior a pandemia e 330 – 74% na pandemia), 3,3% (45) ITU, sendo 11% pré-pandemia e 89% durante a pandemia. E na Unidade de Clínica Médica observou-se 29% (248) de IPCSL, sendo 44% pré-pandemia e 56% durante a pandemia; 15,5% (133) de CVS, com 48% no primeiro triênio e 52% nos últimos três anos; 29,5% (254) de pneumonias, destas 53% entre 2017 e 2019 e 47% durante a pandemia; 8% (68) de ITU (45,5% pré-pandemia e 54,5% na pandemia).
ConclusãoAs IRAS mais prevalentes na Unidade de Terapia Intensiva foram a Pneumonia e a IPCSL, com incremento em ambas no período da pandemia. Na Unidade de Clínica Médica não ocorreu mudança significativa no perfil das infecções no decorrer dos anos. Isto pode ser atribuído a reestruturação de leitos na pandemia, com priorização de atendimento de pacientes mais graves.