12° Congresso Paulista de Infectologia
More infoIntrodução: As Infecções Primárias de Corrente Sanguínea (IPCS) são infecções de consequências sistêmicas graves, sepse, sem foco primário identificável. A IPCS relacionada ao cateter é uma Infecção Relacionada à Assistência Saúde (IRAS) com alta incidência, especialmente nos pacientes internados em Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
Objetivo: Analisar os indicadores das IPCS no período de janeiro a maio de 2020 em hospital público de Londrina‐PR.
Metodologia: Estudo descritivo, analítico, desenvolvido em um Hospital Público de Londrina‐PR, de janeiro a maio de 2020. A análise dos indicadores referentes às IPCS foi obtida por meio dos registros da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH).
Resultados: A média da incidência (taxa) de infecção relacionada IPCS foi de 27,26%. Foram identificadas 94 IPCS, sendo 38 em pacientes adultos. Destas, 12 relacionadas ao cateter e 08 tinham diagnóstico de Covid‐19. Os microrganismos identificados foram Staphylococcus aureus (n=8), Klebsiella pneumoniae (n=5), Pseudomonas aeruginosa (n=4), Acinetobacter baumannii (n=4), Staphylococcus epidermidis (n=4), Candida albicans (n=3), outros (n=7). Quanto ao perfil de resistência dos microrganismos houve 08 resistentes aos carbapenêmicos, 05 à oxacilina, 02 às cefalosporinas, e 01 à polimixina. Em relação à permanência do cateter venoso central (CVC), 06 pacientes utilizaram cateter de 1 a 7 dias, 12 pacientes de 7 a 14 dias, 05 pacientes de 14 a 21 dias e acima de 21 dias foram 05 pacientes. Quanto à localização do CVC, identificaram‐se 11 pacientes com CVC na região femoral, 09 na jugular, 05 na subclávia. As IPCS foram mais frequentes em pacientes de Unidades de Terapia Intensiva (n=18) e com cateter de duplo lúmen.
Discussão/Conclusão: A taxa (incidência) de IPCS em 2020 (27,26%) foi elevada quando comparada a de 2019 (15,84%), o que pode está associado ao tempo de internação e de uso prolongado do cateter, à localização em veia femoral, uso de cateter duplo lúmen e ao tipo de resistência microbiológica. Longos períodos de internação, por si só, aumentam o risco de IRAS, principalmente em UTI. A localização do cateter em veia femoral está associada ao maior risco de complicações infecciosas e trombóticas e a presença de dois ou mais lúmens aumenta a manipulação do cateter em 15 a 20 vezes/dia, possibilitando maior risco de infecção aos pacientes. Ressalta‐se que medidas de controle e prevenção sejam adotadas a fim de reduzir os casos de IPCS em pacientes de UTI.