12° Congresso Paulista de Infectologia
More infoIntrodução: A COVID‐19 é causada pelo vírus SARS‐CoV‐2 que infectou mais de 37 milhões de pessoas. O estado inflamatório intenso secundário à infecção pode levar a um desequilíbrio dos fatores de hemostase e um consequente estado de hipercoagulabilidade, manifestado em muitos casos por complicações como trombose venosa profunda (TVP) e tromboembolismo pulmonar (TEP).
Objetivo: Avaliar o perfil dos pacientes com diagnóstico de tromboembolismo venoso, a fim de buscar fatores preditivos para o diagnóstico precoce e discutir a necessidade e duração tromboprofilaxia em casos de COVID‐19.
Metodologia: Pacientes internados na forma grave de COVID‐19 que necessitaram de suporte ventilatório ou suplementação de oxigênio foram encaminhados para avaliação entre 15 a 30 dias após a alta hospitalar nos meses de julho a outubro. Foram excluídos indivíduos acima de 70 anos, os que apresentavam cardiopatia, pneumopatia ou nefropatia. Na avaliação após a alta foram coletados dados clínicos através de um questionário padronizado, realizados testes de função pulmonar (espirometria), Teste de Caminhada de 6 minutos, além de exames laboratoriais. O diagnóstico de doença tromboembólica feito por Angiotomografia Arterial Pulmonar (AP) e Doppler de Membros inferiores. Os dados foram demonstrados através de análise descritiva.
Resultados: Dos 41 pacientes avaliados com COVID‐19 na forma grave, 7 pacientes apresentaram Tromboembolismo Venoso (TEV), sendo 6 casos de Tromboembolismo Pulmonar e 01 caso de TVP. A média de idade dos pacientes foi de 47 anos, sendo 3 mulheres e 4 homens. Além das imagens sugestivas de tromboembolismo, 5 dos 6 indivíduos apresentaram lesão pulmonar parenquimatosa clássica para COVID‐19. Alteração na CVF em 5 pacientes, com alteração leve em 4 e grave em 1 paciente. No teste de caminhada de 6min 50% apresentou dessaturação sendo que 83,6% deambulou menos que 400 m. Dos 6 pacientes 1 se encontra com diabetes e 2 pré diabéticos, 5 se encontram com hipercolesterolemia.
Discussão/Conclusão: A prevalência de TEV em pacientes com COVID‐19 é elevada, devido a hipercoagulabilidade sistêmica, mas também por alterações locais pulmonares. A investigação de TEV nos pacientes com COVID‐19 torna‐se imprescindível para o adequado tratamento precoce, considerando os indivíduos já gravemente enfermos.