Journal Information
Vol. 25. Issue S1.
12° Congresso Paulista de Infectologia
(January 2021)
Share
Share
Download PDF
More article options
Vol. 25. Issue S1.
12° Congresso Paulista de Infectologia
(January 2021)
EP‐012
Full text access
COINFECÇÃO POR LEISHMANIOSE E PARACOCCIDIOIDOMICOSE E COMPLICAÇÕES TROMBÓTICAS GRAVES POR COVID‐19: RELATO DE CASO
Visits
3333
Rômulo Pereira Santos, Lísia Gomes Martins de Moura Tomich, Murilo Fraga Oliveira Calábria, Fernanda Scarpellin, Cassia Silva de Miranda Godoy, Renata de Bastos Ascenço Soares
Hospital Estadual de Doenças Tropicais Dr. Anuar Auad (HDT), Goiânia, GO, Brasil
This item has received
Article information
Special issue
This article is part of special issue:
Vol. 25. Issue S1

12° Congresso Paulista de Infectologia

More info
Full Text

Introdução: A doença causada pelo novo coronavírus (COVID‐19) pode predispor pacientes a doença trombótica arterial e venosa devido à inflamação excessiva, ativação plaquetária, disfunção arterial e estase. A associação da COVID‐19 com doenças endêmicas como leishmaniose tegumentar americana (LTA) e paracoccidiodomicose (PCM) torna o manejo de pacientes críticos desafiador.

Objetivo: Descrever a evolução clínica de um quadro de trombose arterial aguda por COVID‐19 e coinfecção por LTA e PCM.

Metodologia: Paciente masculino, 60 anos, tabagista, portador de DPOC, 10 dias após diagnóstico de COVID‐19 por RT‐PCR evoluiu com trombose arterial aguda grave das artérias radial e ulnar esquerdas e piora da tosse produtiva e dispneia aos médios esforços. Na admissão, constatou‐se desconforto respiratório leve com necessidade de oxigenioterapia, epistaxe, lesão isquêmica de quirodáctilos esquerdos, lesão ulcerocrostosa em narina esquerda com extensão para lábio superior e narina direita, além de úlcera rasa em região supramamilar direita, com bordas definidas e fundo hemático. A TC de tórax evidenciava consolidações no aspecto posterior dos campos pulmonares bilaterais e opacidades nodulares esparsas algumas com escavações. Durante a internação, apresentou sepse secundária à fasceíte necrotizante de braço esquerdo com necessidade de amputação supracondiliana. A biópsia de pele da narina demonstrou acentuado infiltrado inflamatório misto difuso, esboços de granulomas histiocíticos circundados por linfócitos e plasmócitos com presença de estruturas intracelulares ovoides, semelhantes a Leishmania spp., enquanto biópsia da lesão do tórax revelou infiltrado linfoplasmocitário, formação de granulomas epiteliodes na derme e tecido adiposo com presença de células gigantes muntinucleadas com pesquisa de fungos (PAS) mostrando estruturas arredondados e de dupla parede, de diversos tamanhos. As culturas da lesão da narina e do tórax vieram positivas para Leismania spp e Paracoccidoides spp, respectivamente. Iniciou‐se anfotericina B complexo lipídico 5mg/kg, mas após a amputação, paciente apresentou pneumonia nosocomial grave por Klebsiella pneumoniae resistente a carbapenêmicos e a polimixina B, falência terapêutica e faleceu após edema agudo de pulmão secundária a reação transfusional.

Discussão/Conclusão: As complicações da COVID‐19 em associação com doenças tropicais negligenciadas têm o potencial de aumentar a morbimortalidade da pandemia, especialmente entre populações vulneráveis.

Download PDF
The Brazilian Journal of Infectious Diseases
Article options
Tools