12° Congresso Paulista de Infectologia
More infoIntrodução: Vacinas são consideradas um dos melhores investimentos em saúde pública na prevenção de doenças. Mesmo com o progresso no controle de determinadas doenças infectocontagiosas, ainda há problemas decorrentes da falta de vacinação adequada no Brasil (BORBA; VIDAL; MOREIRA, 2015), principalmente em grupos expostos a tais enfermidades, como os atuantes na área da saúde–funcionários, alunos e corpo docente.
Objetivo: Identificar a incidência das doenças imunopreveníveis em estudantes de Medicina e Enfermagem em uma universidade particular de Aracaju, bem como avaliar a adoção de procedimentos de biossegurança e quimioprofilaxia e conhecer a situação vacinal desses alunos.
Metodologia: Estudo transversal, observacional e descritivo. Os dados foram coletados na Universidade Tiradentes (UNIT), em Aracaju‐SE. Incluídos estudantes matriculados nos dois últimos anos dos cursos de Medicina e Enfermagem. Aprovado pelo CEP da UNIT, sob CAAE 87603218.5.0000.5371. Os participantes assinaram o TCLE e responderam um questionário contendo informações sociodemográficas, contato com as doenças e adoecimento por doenças imunopreveníveis, procedimentos de biossegurança, quimioprofilaxia e cobertura vacinal. O questionário foi aplicado de fevereiro a junho de 2019.
Resultados: Amostra com 113 estudantes. A exposição às doenças imunopreveníveis foi: caxumba (46,4%), varicela (44,6%), meningite (23,2%), hepatite B (22,3%), rubéola (6,3%), hepatite A (5,4%) e coqueluche (5,4%). Durante a graduação, 7 indivíduos apresentaram varicela (6,2%), 7 tiveram caxumba (6,2%) e 1 rubéola (0,9%). Na infância, relataram imunização para BCG (95,6%), tríplice viral (94,7%), tríplice bacteriana (89,4%), poliomielite (83,2%) e outras. Orientação sobre imunização durante a faculdade foi relatada por 86,7%. Adoção de procedimentos de biossegurança foi citada por 95,5% e 6,7% realizaram quimioprofilaxia quando expostos.
Discussão/Conclusão: A maior exposição foi a caxumba, varicela, meningite, hepatite B, rubéola, hepatite A e coqueluche. As doenças mais desenvolvidas foram varicela, caxumba e rubéola. Vacinas preconizadas na graduação não são realizadas por mais da metade dos estudantes. O status vacinal da infância mostrou‐se contemplado. Procedimentos de biossegurança habitualmente são realizados. Quimioprofilaxia após exposição não costuma ser feita. A imunização dos atuais e futuros profissionais da saúde é uma das melhores formas de proteção, portanto, devem ser consideradas intervenções específicas de incentivo à vacinação para esse grupo.