12° Congresso Paulista de Infectologia
More infoIntrodução: O sarampo é uma doença viral altamente contagiosa. A vacinação é a principal forma de prevenção à doença, sendo a meta mínima da cobertura vacinal da tríplice viral, recomendada pelo Ministério da Saúde (MS), é de 95% das crianças de 1 ano de idade. O Brasil, em 2018, perdeu o certificado de eliminação da circulação do vírus do sarampo dado pela OMS após o surto da doença, totalizando 10.274 casos confirmados.
Objetivo: Comparar a cobertura vacinal contra o sarampo e a incidência do sarampo nas regiões do Brasil entre os anos de 2014 e 2019.
Metodologia: Trata‐se de um estudo ecológico em que utilizou‐se dados secundários coletados em Agosto/2020 disponibilizados no TabNet Win32 3.0 do DATASUS na secção de “Assistência à saúde” e subsecção “Imunizações ‐ desde 1994”. Buscou‐se analisar o percentual da cobertura vacinal da primeira e da segunda dose da vacina Tríplice Viral, nas regiões do Brasil, no período de 2014‐2019. Os dados de incidência do Sarampo foram obtidos da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS).
Resultados: Houve uma queda da cobertura vacinal da Tríplice Viral D1 no tempo analisado, de 112,8% em 2014 para 91,6% em 2019, com a menor cobertura em 2017 (86,2%). Em relação à Tríplice Viral D2, observou‐se queda de 92,9% em 2014 a 80,2% em 2019, com pior cobertura em 2017 (72,9%). A região Norte apresentou a menor cobertura da 1ª dose dos anos analisados, com menor valor em 2017 (76,2%). Já em relação à 2ª dose, Norte e Nordeste se alternaram com as menores coberturas, com 61,4% em 2017 e 62,9% em 2016, respectivamente. Já a incidência do Sarampo foi decaindo de 2014 a 2015, com 214 casos, zerando nos dois anos subsequentes, voltando a crescer em 2018 com 10.326 casos, sendo 99,2% desses na região Norte, alcançando 15.914 casos confirmados no país em 2019.
Discussão/Conclusão: Por meio deste estudo, constatou‐se uma queda importante na cobertura vacinal de Sarampo, principalmente no Norte do país, atingindo as menores coberturas de 1ª e 2ª doses da Tríplice Viral em 2017. Em contraste com isso, a doença até então erradicada no país, voltou a incidir após um surto na região em 2018. Isso ratifica o alerta do Ministério da Saúde acerca dos riscos relacionados à baixa cobertura vacinal, demonstrando a necessidade da ampliação e fortalecimento das ações de vigilância e imunização contra o Sarampo, além de ampla divulgação nos meios de comunicação. O principal viés do estudo é a subnotificação.