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Vol. 26. Issue S1.
(January 2022)
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Vol. 26. Issue S1.
(January 2022)
EP 106
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IMUNOSSUPRIMIR OU NÃO IMUNOSSUPRIMIR? EIS A QUESTÃO
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Jean Rodrigo Tafarela, Alexandre Curi Ferrarob, Gabriela Redivo Ströherb
a Hospital Universitário Cajuru, Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), Curitiba, PR, Brasil
b Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), Curitiba, PR, Brasil
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Vol. 26. Issue S1
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O Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) pode causar um amplo espectro de sintomas, sendo a diarreia uma de suas apresentações mais frequentes. Conforme o vírus se multiplica, ocorre diminuição de linfócitos TCD4 favorecendo a infecção por microrganismos oportunistas causadores de diarreia. Em paralelo, a Doença de Crohn (DC) é uma doença inflamatória intestinal (DII) mediada por linfócitos T. Uma vez que as doenças possuem mecanismos fisiopatológicos aparentemente opostos, especulou-se que o HIV poderia exercer um papel de atenuação e até mesmo de remissão dos sintomas das DII. O presente trabalho visa relatar o caso de um paciente com um diagnóstico simultâneo de DC e HIV. Paciente masculino, 36 anos, usuário de cocaína, buscou o serviço de emergência diversas vezes para tratamento de diarreia baixa. Os sintomas iniciaram há quatro meses com 10 evacuações diárias associadas à sangue, muco, urge-incontinência, febre e perda ponderal importante. Em cada atendimento recebeu diferentes tratamentos, dentre eles antimicrobianos e antiparasitários. Após três meses do primeiro atendimento, obteve o diagnóstico de AIDS e iniciou tratamento adequado. Devido a persistência do quadro, o paciente foi hospitalizado para investigação de doenças oportunistas associadas ao HIV. Apresentou tomografia de abdome e colonoscopia, sugestivas de colite, e biópsias colônicas, compatíveis com DII em atividade acentuada. Considerando que o paciente apresentava Carga Viral (CV) elevada e que o tratamento da DII poderia apresentar riscos ao paciente, optou-se em tratar de maneira empírica doenças oportunistas ambulatorialmente antes de iniciar o tratamento imunossupressor. Após 5 dias, o paciente retornou ao hospital com piora dos sintomas. Foi solicitado nova colonoscopia com biópsia que reforçou os resultados anteriores e excluiu infecção por patógenos oportunistas. Com esses achados e com a clínica do paciente, sugeriu-se o diagnóstico de Doença de Crohn. Iniciou o tratamento com corticoterapia e Mesalazina e seguiu em acompanhamento conjunto com a Infectologia e Gastroenterologia. Após CV indetectável iniciou Azatioprina apresentando melhora do quadro geral. Apesar da raridade de ambas as doenças se apresentarem simultaneamente as DII devem ser consideradas nos diagnósticos diferenciais de diarreia em pacientes vivendo com HIV, pois a falta de dados na literatura ainda aponta uma inconclusão na relação entre as duas doenças.

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The Brazilian Journal of Infectious Diseases
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