12° Congresso Paulista de Infectologia
More infoIntrodução: Os maiores e persistentes desafios de saúde pública global no século XXI são: a carga tripla de COVID‐19, tuberculose (TB) e o vírus da imunodeficiência humana (HIV). A TB é a principal infecção imunossupressora e a causa a morte entre as pessoas vivendo com HIV/aids (PVHIV/AIDS). A mensuração dos casos da coinfecção TB/HIV no Brasil é o ônus da TB nas PVHIV/AIDS. O coronavírus nas últimas duas décadas, causou três grandes epidemias. Os agentes das epidemias foram: em 2002, o coronavírus da síndrome respiratória aguda grave (SARS‐CoV), em 2012 a síndrome respiratória do Oriente Médio coronavírus (MERS‐CoV) e atualmente o surto de SARS‐CoV, COVID‐19, identificado em 2019 altamente patogênico e com uma taxa de mortalidade variada entre países e faixas etárias. Temos a incerteza como a COVID‐19 se manifestará em pessoas infectadas com TB/HIV. O COVD‐19 continua a ser espalhar pelo mundo vêm aumentando o risco de infecção com SARS‐CoV‐2 e os obstáculos e desafios para sustentar a continuidade do tratamento de HIV e TB em países com alta carga de TB/HIV.
Objetivo: Descrever o perfil das pessoas vivendo com TB/HIV e COVID‐19 e a prevalência da carga tripla no centro de referência do sudeste brasileiro, Hospital Eduardo de Menezes da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (FHEMIG).
Metodologia: Realizamos um estudo transversal das características clínicas das pessoas vivendo com TB/HIV e COVID‐19 no período de 01/01/2020 a 30 de setembro de 2020.
Resultados: As carecterísticas sociodemográficas e clínicas encontradas foram: 87,5% do sexo feminino, a faixa etária foi entre 30 a 59 anos, 72,5%, em tratamento antirretroviral, 77,5%, com relação ao status imune, 70% apresentaram carga viral detectável e 50% com contagem de linfócitos CD4+ menor que 200 células/mm3. O número de casos notificados encontradas: 68 casos de TB, 153 casos de HIV/AIDS, 10 casos da coinfecção TB/HIV, 500 casos de SRAG‐COVID‐19, 40 SRAG/HIV e 9 casos TB/SRAG. A prevalência foi 44,4 (68/153) coinfecção TB/HIV, 30,6% (153/500) HIV/SRAG; 2% (10/500) TB/HIV/SRAG e 8% (40/500) de incidência.
Discussão/Conclusão: Nosso estudo mostrou uma alta carga da coinfecção TB/HIV alta, 44,4%, A pandemia de coronavírus vêm se sobrepondo onde ocorre uma alta carga de TB/HIV. A intersecção das pandemias de coronavírus, TB e HIV representa um dos maiores desafios de saúde global atualmente. Sendo necessário estudos de vida real para enfrentamento da carga tripla de COVID‐19, TB e HIV no contexto brasileiro.