12° Congresso Paulista de Infectologia
More infoIntrodução: A epidemia da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida perpassa décadas acometendo milhares de pessoas, marcada recentemente por aumento significativo de casos de HIV/Aids entre mulheres em idade fértil.
Objetivo: Descrever o perfil epidemiológico e clínico dos casos de HIV/Aids entre mulheres em idade fértil de uma Regional de Saúde do Paraná.
Metodologia: Trata‐se de um estudo transversal, descritivo, a partir de dados secundários das fichas de HIV/Aids do Sistema Nacional de Informação de Agravos de Notificação, das cidades que compõem a 17ª Regional de Saúde, notificados entre 01 de janeiro de 2009 a 31 de dezembro de 2019. Foram estudadas mulheres em idade fértil, de 10 a 49 anos, segundo critérios do Ministério da Saúde. A 17ª Regional de Saúde tem sua sede no município de Londrina‐PR e é composta por 21 municípios. As análises foram realizadas no programa IBM Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) versão 20.0. CAAE: 00603718.6.0000.5231.
Resultados: Foram notificadas 849 mulheres, destas 652 mulheres consideradas em idade fértil. Prevaleceu a raça branca (60,4%), faixa etária de 30 a 49 anos (67,8%), com até oito anos de estudo (52,5%). No momento da notificação, 9,2% das mulheres estavam gestantes. Segundo o critério estabelecido pelo Rio de Janeiro/Caracas, predominaram os sinais clínicos definidores de Aids: caquexia ou perda de peso maior que 10% (14,1%), astenia maior ou igual a 1 mês (13,3%) e tosse persistente ou qualquer pneumonia (10,4%). No critério CDC adaptado, destacou‐se contagem de linfócitos T CD4+ menor que 350 cel/mm3 (55,8%), toxoplasmose cerebral (4,6%) e pneumonia por Pneumocystis carinii (2,8%). Em relação ao desfecho, 9,7% das mulheres evoluíram a óbito por Aids no período estudado.
Discussão/Conclusão: O Brasil tem sofrido um processo de feminização da epidemia, evidenciada pelo aumento no número de mulheres infectadas pelo HIV, principalmente entre àquelas em idade fértil. Esta condição intensifica os efeitos do problema de saúde pública, por aumentar os níveis de morbidade e mortalidade perinatal, diminuição da fertilidade e aumento dos casos de transmissão vertical. Portanto, é essencial planejar políticas de saúde e estratégias preventivas voltadas a este grupo, visando fortalecer a rede de cuidados às mulheres em idade fértil, rompendo a cadeia de transmissão da doença e oferecendo um diagnóstico rápido e oportuno.