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Vol. 26. Issue S1.
(January 2022)
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Vol. 26. Issue S1.
(January 2022)
PI 216
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IMPACTO DA IMPLEMENTAÇÃO DE BUNDLES DE PREVENÇÃO DE INFECÇÕES RELACIONADOS À ASSISTÊNCIA À SAÚDE (IRAS) EM PACIENTES SUBMETIDOS À TRANSPLANTE DE FÍGADO: RESULTADOS DE ESTUDO QUASE-EXPERIMENTAL DE CENTRO ÚNICO BRASILEIRO
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1999
Carolina Devite Bittante Gonçalvesa, Lúcio R. Requião-Mouraa,b, Fernando Gatti de Menezesa, Silvia Regina Morgadoa, Marcelo Bruno de Rezendea, Guilherme Eduardo Gonçalves Felgaa, Luci Corrêac, Luis Fernando Aranha Camargoa,c
a Hospital Israelita Albert Einstein, São Paulo, SP, Brasil
b Disciplina de Nefrologia da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), São Paulo, SP, Brasil
c Disciplina de Infectologia da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), São Paulo, SP, Brasil
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Vol. 26. Issue S1
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Introdução

As infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS) são um grande problema de saúde pública e evidências têm demonstrado que a adoção de medidas de prevenção de IRAS (bundles) reduz a sua incidência, mas em populações de alto risco para infecções, como os transplantados, a eficiência dessas medidas tem sido pouco mensurada.

Objetivo

Avaliar o impacto da implementação de bundles de prevenção de IRAS na sua ocorrência entre pacientes transplantados de fígado (TxF). Metodologia: estudo do tipo quase-experimental com 1.479 pacientes submetidos à TxF no período de 2002-14. Os pacientes foram divididos em dois grupos: pré (jan/02 a abr/07; n = 519) e pós implementação dos bundles (mai/07 a dez/14; n = 960). O desfecho primário: incidência de casos de IRAS e taxas de densidade de incidência (TDI) de cada IRAS separadamente: infecções de corrente sanguínea (ICS, associadas ou não à cateter - CVC), infecções do trato urinário (ITU), associadas ou não à dispositivo, pneumonias associadas à ventilação (PAV) ou não (BCP) e infeções de sítio cirúrgico (ISC). Preditores de IRAS foram avaliados por regressão logística e a capacidade discriminatória do modelo foi avaliada por AUC-ROC.

Resultados

Após a implantação dos bundles a incidência de casos de IRAS reduziu de 38,3% para 17,2% (P < 0,001), e a TDI reduziu de 21,7 para 10,6/1000 paciente-dia (P < 0,001). Houve redução significativa nas TDI de ICS-CVC (2,76 vs. 1,30) e de PAV (12,3 vs. 1,85, P < 0,001), e na incidência de ISC (15,4 vs. 8,43, P < 0,001). Houve também redução nas TDI de ICS não associadas à CVC (1,81 vs. 0,51, P<0,001) e de BCP (2,85 vs. 1,54, P = 0,009). Não houve reduções significativas nas ITU. De forma independente, observou-se associação entre IRAS e as seguintes variáveis: MELD = 21-29 (OR = 1,50; P = 0,02) e MELD > 29 (OR = 2,61; P < 0,001), tendo-se como referência MELD < 21; hemodiálise (OR=1,69; P=0,001); nutrição parenteral (OR = 2,07; P = 0,001); traqueostomia (OR = 6,78; P < 0,001); reabordagem cirúrgica abdominal (OR = 2,89; P < 0,001); e implementação dos bundles (OR = 0,26; P < 0,001). O modelo apresentou poder discriminatório moderado: AUC-ROC = 0,78, IC95% = 0,75-0,80, P < 0,001.

Conclusões

A implementação dos bundles de prevenção de IRAS em pacientes TxF reduziu de forma significativa a incidência de casos de IRAS, bem como das TDI de ICS, de pneumonias e de ISC. A adoção dessas medidas reduziu em 74% o risco do desenvolvimento de IRAS, demonstrando-se eficiente, mesmo em um população de alto risco para infecções.

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