Ag. Financiadora: Faepa/Capes
N°. Processo: ‐
Data: 19/10/2018 ‐ Sala: TV 5 ‐ Horário: 13:37‐13:42 ‐ Forma de Apresentação: E‐pôster (pôster eletrônico)
Introdução: A criptococose acomete maior proporção indivíduos imunocomprometidos, mas também pode acometer indivíduos imunocompetentes. A relação entre a condição imunológica do paciente e a espécie causadora da infeção tem sido muito estudada com o objetivo de melhor compreender essa infecção fúngica. Além disso, o isolamento e a identificação desses isolados são essenciais para analisar e avaliar as diferenças genéticas, a fim de obter uma melhor compreensão da epidemiologia, patogenia, virulência e susceptibilidade aos antifúngicos dessas espécies.
Objetivo: Determinar as espécies e os tipos moleculares de Cryptococcus spp. isolados de pacientes do Hospital da Clínicas de Ribeirão Preto, oriundos do HCFMRP‐USP, obtidos de 2000 a 2017 e correlacionar com a condição imunológica dos pacientes.
Metodologia: Todos os isolados foram genotipados por PCR com os primers CN70 e CN49 para determinação da espécie. A técnica de PCR‐ RFLP, amplificação do gene URA5 e posterior restrição enzimática com HhaI e Cfr13I foi usada para obtenção do tipo molecular, que foram C. neoformans (VNI, VNII, VNIII e VNIV) e C. gattii (VGI, VGII, VGIII e VGIV). A identificação dos isolados como C. gattii e C. laurentii foi confirmada pelo sequenciamento das regiões ITS.
Resultado: De 234 isolados clínicos de Cryptococcus spp., 211 isolados foram identificados como C. neoformans, 21 como C. gattii e dois como C. laurentii. Dos 211 isolados identificados como C. neoformans, 203 isolados clínicos são do tipo molecular VNI, seis são VNII e dois não foi possível determinar. Já para os 21 isolados clínicos identificados como C. gattii, todos são do tipo molecular VGII. Correlacionando as espécies identificadas e a condição imunológica do paciente, foram verificados 177 isolados de pacientes coinfectados pelo HIV (Grupo 1) e 54 isolados de pacientes não coinfectados pelo HIV (Grupo 2). Nos Grupos 1 e 2, a maioria dos isolados identificados foi C. neoformans, 175 (98,8%) e 33 isolados (61,1%), respectivamente. O Grupo 2 teve maior percentual de C. gattii em relação ao Grupo 1 (35%).
Discussão/conclusão: A maioria dos isolados clínicos foi identificada como C. neoformans e estavam mais presente em indivíduos coinfectados pelo HIV. C. gattii neste estudo foi mais evidente no grupo dos pacientes não coinfectados pelo HIV juntamente com C. laurentii. Os tipos moleculares mais determinados foram VNI e VGII. Esses dados corroboram outros estudos feitos no Sudeste do Brasil.