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Vol. 26. Issue S2.
(September 2022)
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Vol. 26. Issue S2.
(September 2022)
EP-190
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HTLV E INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA EM IMIGRANTE PROVENIENTE DO HAITI - RELATO DE CASO
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Bruno de Souza Mendes, Pedro Augusto Simão Vasconcellos, Raquel Silveira B. Stucchi, Plinio Trabasso
Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Campinas, SP, Brasil
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Introdução

A infecção pelo vírus linfotrópico de células T humanas (HTLV) é pouco investigada pois a maioria dos pacientes são assintomáticos e não há cura. Apresentaremos o caso de um paciente com leucemia/linfoma de células T adulto (ATLL) associada ao HTLV.

Objetivo

Destacar a importância de triagem para HTLV e a necessidade de conscientizar sobre sua prevenção.

Resultados

B.G., 41 anos, masculino, natural do Haiti, residente em Campinas há 11 anos, comissário de bordo. Paciente com histórico de gastrectomia subtotal por estrongiloidíase disseminada 8 anos antes, sem comorbidades, iniciou queixa de mal estar e febre. Em uma semana evoluiu com dispneia, procurando atendimento. Foi internado para oxigenoterapia. Apresentava adenomegalia cervical, axilar, inguinal e mediastinal, além de linfocitose sustentada. Foi descartada Covid-19 e, tendo melhora com tratamento de pneumonia bacteriana, recebeu alta após 15 dias, continuando a investigação ambulatorialmente. Um mês após, apresentava dispneia aos grandes esforços, perda ponderal de 7kg e febre noturna, sendo internado novamente. Tinha células com núcleo multilobulado em sangue periférico (flower cells), infiltrado pulmonar em tomografia, lesões herpéticas em região lombar e verrucosas em genitais. Em biópsia de linfonodo foi feito diagnóstico de ATLL, confirmado em citometria de fluxo de sangue periférico. Sorologia para HTLV positiva e sorologia de HIV negativa. Evoluiu com insuficiência respiratória aguda com necessidade de ventilação mecânica. Teve pesquisa de Pneumocystis positiva no aspirado traqueal. Não respondeu a quimioterapia e zidovudina, falecendo 3 meses após o início do quadro.

Conclusão

A infecção pelo HTLV é uma doença negligenciada cuja transmissão se dá por via parenteral e sexual. Cerca de 2-5% evoluem para paraparesia espástica tropical e 1-3% para ATLL. Ela também é considerada fator de risco para outras infecções, tais como estrongiloidíase, escabiose, hanseníase e tuberculose. A ATLL é mais frequente em regiões de alta endemicidade, como o Haiti, e particularmente a partir da 4ª década de vida. Apesar da instituição de quimioterapia, apenas 20-40% respondem, com sobrevida média de cinco meses. Associação de zidovudina e interferon-alfa tem sido proposta como possível otimização terapêutica. Por não ser uma infecção de notificação compulsória, não se sabe a real prevalência do HTLV no Brasil. Estudos epidemiológicos para melhor conscientizar sobre propostas de prevenção são importantes, já que, por ora, não há cura.

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The Brazilian Journal of Infectious Diseases
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