12° Congresso Paulista de Infectologia
More infoIntrodução: A Histoplasmose pulmonar é a micose endêmica mais comum nas Américas, causada pelo fungo Histoplasma capsulatum. O diagnóstico é realizado por identificação histopatológica, cultura, teste antigênico ou molecular. Reportamos neste trabalho um caso de histoplasmose pulmonar crônica em paciente imunocompetente em cidade do interior de Minas Gerais.
Objetivo: Relatar caso de paciente com histoplasmose pulmonar crônica.
Metodologia: Homem, 60 anos, natural e procedente de Barbacena, mecânico. Procurou atendimento referindo rouquidão há 3 meses. O quadro se tornou progressivo, evoluindo para disfagia para sólidos e líquidos aliada à odinofagia. Relatou emagrecimento não quantificado, tosse produtiva com piora evolutiva e dispneia grau III. Neste ínterim apresentou quadro de otite e fez uso de clavulin. Tabagista 30 anos‐maço. Ao exame, estava emagrecido, com monilíase em orofaringe, sons respiratórios globalmente diminuídos e linfonodomeglia cervical. Em propedêutica, feita tomografia de tórax mostrando extensas cavitações em ápice direito com opacidades em mosaico e árvore em brotamento, além de videolaringoscopia mostrando lesão expansiva em prega vocal esquerda. Feita sorologia para HIV e paracoccidiodomicose, BAAR e teste rápido molecular para tuberculose, todos negativos. Imunodifusão radial dupla para Histoplasmose confirmando o diagnóstico. Iniciado fluconazol por 7 dias e posteriormente, itraconazol. Após 3 meses paciente segue em uso de itraconazol, evoluindo com melhora total da disfagia, odinofgia e dispneia e ganho de peso.
Discussão/Conclusão: A histoplasmose é a infecção fúngica respiratória mais frequente, variando de formas agudas e auto‐limitadas a doença progressiva e ameaçadora à vida. Na forma pulmonar crônica, cerca de 90% dos casos apresentam lesão cavitária em ápice pulmonar, sendo o sexo masculino, idade média de 50 anos e com quadros pulmonares preexistentes, como doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), condições mais frequentemente encontradas na população acometida, como observado no caso relatado. Os sintomas são febre baixa, tosse produtiva, dispneia e emagrecimento e tomografia de tórax evidencia alterações no parênquima pulmonar. Apesar da sorologia não ser o padrão‐ouro para diagnóstico, cerca de 10% de indivíduos saudáveis podem apresentar positividade sem a presença de doença, no caso relatado, com os subsídios clínicos e de exames complementares somados a resposta terapêutica, a sorologia definiu o diagnóstico.