Data: 18/10/2018 ‐ Sala: TV 10 ‐ Horário: 10:30‐10:35 ‐ Forma de Apresentação: E‐pôster (pôster eletrônico)
Introdução: Histoplasmose é uma infecção causada pelo fungo dimórfico Histoplasma capsulatum, geralmente adquirida pelo homem após inalação de conídeos provenientes da natureza. As manifestações clínicas variam de acordo com o status imunológico do indivíduo, idade e grau de exposição ao patógeno. O diagnóstico pode ser feito através do exame microscópico de amostras sanguíneas, lesões de pele ou mucosa, medula óssea, escarro ou líquor. O anatomopatológico demonstra granulomas epitelioides, de aspecto sarcoide, nos quais os fungos são visualizados no interior das células fagocíticas. A cultura, em pacientes com doença disseminada, é extremamente útil, pode ser positiva em 50‐85% dos casos. O tratamento recomendado para a forma disseminada é a anfotericina B.
Objetivo: Apresentar um caso de histoplasmose disseminada em criança imunossuprimida pós‐transplante hepático.
Metodologia: Paciente do sexo masculino, 13 anos, apresentou queixa de perda ponderal, associada a dor abdominal e anemia. Foi submetido a endoscopia digestiva alta e o anatomopatológico de biópsia de duodeno evidenciou lesões sugestivas de histoplasmose. Teve diagnóstico prévio de deficiência de alfa‐1‐antitripsina, submetido a transplante hepático aos dois anos, atualmente em uso regular de imunossupressores. O tratamento foi iniciado com anfotericina B desoxicolato. Devido a pioria de função renal, a terapia foi trocada para itraconazol. Com a finalidade de melhor estadiamento de doença hepática, foi feita biópsia hepática guiada por ultrassonografia e a cultura do material evidenciou crescimento de H. capsulatum em duas amostras. O paciente evoluiu com persistência de disfunção renal, optou‐se então pelo tratamento com anfotericina B complexo lipídico por sete dias e posteriormente foi reintroduzido o itraconazol. Houve evolução satisfatória e o paciente recebeu alta hospitalar. Quarenta dias após, foi reinternado por hemorragia digestiva alta. Evoluiu com pioria clínica importante, insuficiência hepática, má função do enxerto e óbito, após seis meses do diagnóstico.
Discussão/conclusão: Em pacientes com história de transplante de órgãos sólidos, a histoplasmose não é uma doença frequente, apresenta incidência cumulativa de 0,1% em 12 meses, em estudo feito no EUA. Nesses pacientes, a manifestação mais comum é a forma disseminada, como no caso relatado. Tendo em vista a imunossupressão e a gravidade da doença disseminada, o paciente teve desfecho desfavorável, apesar do tratamento prolongado.