12° Congresso Paulista de Infectologia
More infoIntrodução: Projeta‐se, que se não houver mudanças no uso de antimicrobianos, a resistência bacteriana será a maior causa de morte no mundo. Como estratégia, o Antimicrobial Stewardship Program elabora ações destinadas a racionalizar o uso destes medicamentos, contribuindo na segurança do paciente, resistência bacteriana e sucesso da farmacoterapia.
Objetivo: Identificar as oportunidades de atuação do farmacêutico e mensurar a contribuição das intervenções farmacêuticas no gerenciamento do uso de antimicrobiano.
Metodologia: Estudo realizado em uma unidade de terapia intensiva (UTI) adulta de 32 leitos em um hospital extraporte na baixada santista. Foram incluídos pacientes em uso de antibioticoterapia, durante o período de janeiro a dezembro de 2018. Foram utilizadas base de dados do serviço baseado nos registros das intervenções realizadas pelo farmacêutico clínico. Os aspectos observados foram, aceitabilidade e classificação das intervenções: 1) Ajuste de dose para função renal/nível sérico; 2) Duração da antibioticoterapia, 3) Dose de acordo com protocolos/referências; 4) Indicação de dose pós hemodiálise; 5) Alteração da antibioticoterapia de acordo com antibiograma/clínica do paciente. As intervenções foram discutidas durante visita multiprofissional, considerando os protocolos da unidade, Sanford Guide 2017 e recomendações da SCIH da instituição, relacionado aos parâmetros clínicos infecciosos do paciente e exames laboratoriais.
Resultados: Durante o período do estudo foram realizadas 1027 intervenções farmacêuticas sendo 307 (30%) intervenções relacionadas ao gerenciamento do uso de antimicrobiano. Do total das 307, foram aceitas pela equipe 281 (92%) intervenções que resultaram em alteração da prescrição/conduta. Das intervenções aceitas, 122 (40%) resultaram em diminuição de dose por ajuste de função renal/nível sérico; 22 (7%) diminuição nos dias de tratamento, 85 (28%) ajuste de dose de acordo com protocolos e referências (peso, farmacodinâmica, frequência). 24 (8%) de Indicação de dose pós hemodiálise e 54 (17%) alteração da antibioticoterapia de acordo com antibiograma/clínica do paciente.
Discussão/Conclusão: Foi identificado um número expressivo de oportunidades de intervenções para discussão da antibioticoterapia e a alta taxa de aceitabilidade das intervenções contribuíram para a gestão do uso racional dos antimicrobianos.