12° Congresso Paulista de Infectologia
More infoIntrodução: Psoríase, pode aparecer como a primeira manifestação da infecção pelo HIV e deve ser suspeitada em novos casos com agravamento repentino de um quadro anteriormente estável. Desse modo, o paciente com HIV tem maior prevalência e desenvolve os casos graves por alterações do sistema imune.
Objetivo: Elucidar a fisiopatologia e a terapêutica biológica da psoríase em pacientes com HIV.
Metodologia: Revisão bibliográfica integrativa, realizada nos portais eletrônicos PUBMED e BVS, utilizando como estratégia de busca “PSORIASIS” “HIV”, combinados pelo operador booleano AND. Como critério de inclusão, usaram‐se filtro de versão 5 anos, humanos e sem restrição linguística, enquanto de exclusão foram descartadas duplicatas e artigos cujo foco não abrangeram o recorte temático. As pesquisas retornaram 84 e 92 artigos, após análise dos títulos e resumos, selecionaram‐se 10 trabalhos.
Resultados: Soropositivos experimentam diminuição das células de Langerhans e T CD4, por outro lado, há o aumento nos níveis de T CD8 e T CD45RO, além da ativação policlonal de linfócitos B combinada à elevação IFN e TNF‐α. Por sua vez, essa mudança no perfil de citocinas de T helper 1 para Th2 pode explicar as exacerbações de doenças não infecciosas. Em fases de infecção, o TNF‐α coordena a resposta de ativação e proliferação de queratinócitos, que perpetua a inflamação e o desenvolvimento da placa psoriásica. No entanto, essas citocinas inflamatórias fornecem alvos à terapia biológica e são úteis para HIV positivos com psoríase.
Discussão/Conclusão: Tratamento da psoríase na população de HIV representa um desafio, dado o estado imunossupressão. As diretrizes da National Psoriasis Foundation recomendam como terapia de primeira linha, fototerapia UV para a condição moderada à grave, enquanto o uso de retinóides orais constitui a segunda linha. Todavia, devido à natureza refratária da patologia no HIV, os efeitos terapêuticos apresentaram‐se pouco eficazes, sendo o uso de biológicos cogitado. Assim, terapias biológicas apresentam respostas clínicas, eventos adversos limitados, tratamento tolerável, contagem de CD4 estável, apesar do efeito imunossupressor. Perfil de mudança da imunidade adaptativa confere suscetibilidade à psoríase e ao desenvolvimento de casos graves. O tratamento com biológicos deve ser potencialmente considerado em casos severos e reincidentes às terapias de primeira linha, em pacientes com carga viral controlada. Embora devido à baixa evidência dos estudos, mais pesquisas são necessárias, de modo a verificar a eficácia.