12° Congresso Paulista de Infectologia
More infoAg. Financiadora: CNPQ
Nr. Processo: PROCESSO: 312066/2019; CAAE: 13453519.8.0000.5514
Introdução: Infecções causadas por bacilos Gram‐negativos resistentes aos carbapenêmicos (BGN‐RC) são associadas a altas taxas de morbimortalidade e constituem um problema de saúde pública mundial. É importante identificação de pacientes colonizados por BGN‐RC para que medidas de controle sejam implementadas a fim a evitar disseminação dessas bactérias para outros pacientes, ou mesmo para identificar a necessidade de cobertura antimicrobiana empírica, caso haja desenvolvimento de infecções.
Objetivo: Identificar a frequência de colonização por BGN‐RC em pacientes recém‐admitidos em UTI de um hospital universitário. Também foi realizada a caracterização microbiológica dos BGN‐RC recuperados.
Metodologia: Para identificação dos pacientes colonizados por BGN‐RC foram coletados swabs retais, semanalmente, de todos os pacientes hospitalizados na UTI do HUSF, Bragança Paulista, entre 18 de março e 18 de junho de 2019. Colônias que cresceram ao redor dos discos de ertapenem, imipenem e meropenem foram selecionadas para identificação. Os isolados selecionados como BGN‐RC foram identificados e tiveram o seu perfil de sensibilidade determinado.
Resultados: Foram coletados 662 swabs retais de 105 pacientes admitidos no período. BGN‐RC foram inicialmente identificados em 16 swabs (2,4%) coletados de 21 (20%) pacientes. Nesses pacientes, foram identificados 25 BGN‐MDR: sendo 17 Klebsiella pneumoniae (KPN), pelo método de triagem, mas a resistência aos carbapenêmicos foi confirmada somente em oito isolados de K. pneumoniae e um A. baumannii, o qual era resistente à polimixina B (MIC, 16 ug/mL). Comorbidades foram observadas em 66,7% dos pacientes e 80,1% foram submetidos a cirurgias. A mortalidade dos pacientes colonizados durante a hospitalização foi 14,2%. Todas as amostras de KPN resistente aos carbapenêmicos (KPN‐RC) carregavam o gene blaKPC‐2 e pertenciam a um clone majoritário. Esse gene também foi detectado em duas KPN sensíveis aos carbapenêmicos. Curiosamente, o gene blaKPC‐2 se encontrava em um contexto genético não relacionado ao Tn4401.
Discussão/Conclusão: A frequência de pacientes colonizados por KPN‐RC encontrada nesse estudo foi semelhante àquelas reportadas previamente por outros estudos brasileiros. A carbapenemase mais frequentemente detectada foi K. pneumoniae produtora de KPC‐2, em pacientes com comorbidades, em antibioticoterapia e casos cirúrgicos. Pela primeira vez em na instituição foi identificada uma cepa de A. baumannii resistente à polimixina B.