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Vol. 25. Issue S1.
12° Congresso Paulista de Infectologia
(January 2021)
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12° Congresso Paulista de Infectologia
(January 2021)
EP‐258
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FEBRE Q EM PACIENTE HIV
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Narendra B. Valobdás, Esmailyn Castillo Santana, Cristiane da Cruz Lamas, Claudio Esteban Bautista Branagan, Thaisa V.L. Lole, Fabião A. Meque
Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI), Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Rio de Janeiro, RJ, Brasil
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12° Congresso Paulista de Infectologia

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Introdução: A Febre Q é uma zoonose produzida pela bacteria Coxiella burnetii, importante causadora de endocardite com hemoculturas negativas. Apresenta‐se na forma aguda ou crônica, associada ou não a imunodepressão.

Objetivo: Relatar caso que evidencia os desafios existentes quanto ao diagnóstico e manejo da Febre Q nos pacientes com HIV/Aids.

Metodologia: Paciente masculino, 53 anos, HIV positivo, CV indetectável e CD4 37 células (5,29%). Em 13/06/19 interna por quadro de febre persistente, sindrome consumptiva, linfadenomegalia e pancitopenia. Na admissão: hemoglobina 6,9g/dL, 1600 leucócitos, 487 neutrófilos, 84,000 plaquetas, ureia 132mg/dL, creatinina 5,6mg/dL. Iniciado cefepime e hemodiálise, posteriormente foram introduzidos rifampicina, isonizida, pirazinamida e etambutol (RIPE) apesar de BAAR/GeneXpert no escarro negativo. Apresentou melhora do estado geral nas primeiras duas semanas de tratamento com RIPE, porém mantinha febre de até 40° C diariamente, disfunção renal aguda e pancitopenia. Aspirado/biópsia de medula óssea e hemoculturas para germes comuns, micobactérias e fungos todas negativas. Excluiu‐se tuberculose disseminada, linfoma, histoplasmose, criptococose e leishmania visceral, contudo, manteve‐se o tratamento para tuberculose. O ecocardiograma transesofágico não mostrou sinais de vegetação ou regurgitação. Na pesquisa de outras causas de febre de origem obscura foi positiva a sorologia para Coxiella burnetii: 1ª amostra: >8000/2ª amostra: >8000. Em 30/07/19 iniciou tratamento com doxiciclina e hidroxicloroquina, uma semana depois recebeu alta hospitalar afebril e com células sanguíneas em aumento. Em 30/08/19, completado um mês de tratamento, a sorologia para Coxiella burnetti diminuiu para 2,560. Reinternou em 25/09/2019 por piora do estado geral, picos febris, disfunção renal aguda e com relato de abandono da TARV e do tratamento da Febre Q. Em 10/10/19, após 16 dias de internação, evoluiu a óbito como consecuencia de sepse hospitalar sem foco definido com hipotensão refratária, disfunção hepática/renal aguda e encefalopatia séptica.

Discussão/Conclusão: Este caso revela a importância de considerar todos os diagnósticos diferenciais possíveis de febre de origem obscura nos pacientes imunossuprimidos, além das causas mais comuns. Por outro lado, apesar do impacto positivo do tratamento para tuberculose nas duas semanas iniciais, o observado foi que nem sempre o sucesso inicial na prova terapêutica está relacionado ao diagnóstico final do paciente.

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