12° Congresso Paulista de Infectologia
More infoIntrodução: A febre maculosa brasileira (FMB) é uma doença infecciosa febril aguda sistêmica de notificação compulsória, gravidade variável, transmitida por carrapatos, que pode cursar com formas leves até formas graves com alta taxa de letalidade. A forma mais prevalente no Brasil é a causada pela bactéria Rickettsia rickettsii transmitida pelo carrapato Amblyomma cajennese com o envolvimento de animais como cavalos, capivaras e gambás.
Objetivo: Relato de caso de paciente com diagnóstico de febre maculosa.
Metodologia: H. S., 65 anos, masculino, internado em 10/01/19 para investigação de quadro febril há 4 dias, cefaléia, mialgia, artralgia, exantema maculo papular eritematoso difuso. Negava tosse, dispnéia, dor abdominal, queixas urinárias, dor torácica, diarréia. Procurou atendimento médico com hipótese inicial de dengue, mas pesquisa de NS1 negativo e demais exames sem alterações significativas. Teve alta com medicações sintomáticas e orientação de retorno se persistência dos sintomas. Em 09/01/19 retorna sem melhora dos sintomas, sendo internado para elucidação diagnóstica. Relata viagem a Teresópolis‐ RJ há 7 dias e idas semanais a Atibaia. Apresentava CPK=500, TGP=54 Leu=6640 77,% NT Plaquetas=174000, creatinina=0.90, pesquisa de gota espessa negativa, CPK=548, TGO/P=73/62, PCR=11,4; BT=0,48, FA=121 GGT=356, hemoculturas negativas. Ao exame físico bom estado geral, hidratado, corado, febril, eupnéico, anictérico, Glasgow 15, sem sinais meningeos, hiperemia conjuntival, com ausculta cardiovascular e pulmonar normais, FC=106 bpm, fr=18 irpm, saturação O2=94% em ar ambiente. Abdome: globoso, hepatomegalia discreta sem alterações de extremidades. Feita hipótese diagnóstica inicial de leptospirose e introduzida ceftriaxona empírica sem melhora, sendo substituída posteriormente por doxiciclina em 15/01/19 devido hipótese diagnóstica diferencial de febre maculosa, evoluindo com melhora/resolução dos sintomas e alta hospitalar em 18/01/19. Resultado de sorologia para FM positiva 1/256 em 02/19. Sorologias para HIV, dengue, chikungunya, febre amarela, leptospirose, paracoccidioidomicose, histoplasmose, hantavirus negativas. Evoluiu bem, assintomático.
Discussão/Conclusão: Mesmo com as metodologias disponíveis para o diagnóstico de FMB, ainda não é possível detectar a doença em estágios iniciais. Portanto é necessário o aprimoramento contínuo das estratégias diagnósticas, bem como melhorar o sistema de vigilância epidemiológica para diminuição da letalidade da doença.