12° Congresso Paulista de Infectologia
More infoAg. Financiadora: UNINOVE
Nr. Processo: CAAE:36277920.1.000.5511
Introdução: Em fevereiro de 2020 o Coronavírus chegou ao Brasil. Foi recomendada a restrição de contato com secreções e o distanciamento social. Embora o vírus não fosse identificado em vagina e sêmen, o sexo envolve contato, assim, diretrizes acerca da prática sexual segura em tempos de Covid‐19 foram publicadas no Brasil e no mundo orientando evitar beijos e sexo com desconhecidos, lavar‐se antes e após contato sexual e usar sexo solitário ou virtual, entre outras. A sexualidade, a saúde sexual e o comportamento sexual foram impactados pela pandemia.
Objetivo: Avaliar os fatores preditores para aderência a medidas de proteção contra transmissão do Covid‐19 durante atividade sexual em população brasileira.
Metodologia: Estudo realizado por questionário aprovado pelo CEP (CAAE:36277920.1.000.5511). Inclusão: Homens e mulheres maiores de 18 anos. Exclusão: Duplicatas e inatividade sexual. Estatística: Caracterização da amostra em dados percentuais. Regressão logística binária retrocedendo até atingir a função com o valor máximo para os fatores preditores estudados, sendo considerado significante um p<0,05.
Resultados: Das 921 respostas recebidas, restaram 714 casos para análise. Amostra: 83,5% até 47 anos, 82,6% brancos, 53% casados, 73,7% mulheres, 85,9% heterossexuais, 29% com comorbidade, 19,9% com comorbidade associada a Covid severo, 48,9% da área da saúde. 75,8% pressupunham sua exposição ao vírus e 23,2% sua infecção, 7% com teste positivo. 37,7% referiram transtorno de humor prévio, 62,5% ansiedade atual, 11,5% com pânico ou medo intenso de contrair Covid, embora 93% se considerassem cuidadosos sobre a doença. 34% referiam medo de infecção ao beijo, 27% ao intercurso e 16% no sexo oral. Dos 714 participantes, 49,4% adotaram alguma medida de minimização de contágio por Coronavírus na relação sexual: 26,4% evitaram relações, 14,8% cessaram relações, 6,7% iniciaram uso de condom, 18,2% tomaram banho antes e após contato sexual e 6,2% debutaram no sexo virtual. Os fatores preditores associados a adoção das medidas de proteção foram o estado civil solteiro ou divorciado, o medo de contrair Covid‐19 no beijo e na relação sexual. Já a exposição presumida ao vírus e o diagnóstico de doenças relacionadas ao Covid severo se relacionaram a menor adesão às medidas protetivas.
Discussão/Conclusão: Quase metade da população iniciou alguma medida protetiva sexual durante a pandemia, ainda assim poucos praticavam ou optaram pelo sexo seguro. Medidas educativas contínuas são necessárias para o incremento do sexo seguro no Brasil.