12° Congresso Paulista de Infectologia
More infoIntrodução: Desde outubro de 2012 tornou‐se notável a presença de isolados de enterobactérias resistentes aos carbapenêmicos em um hospital público terciário do município de Bauru‐SP, no entanto, não estão disponíveis estudos relacionando a epidemiologia e os fatores associados à aquisição de tais isolados.
Objetivo: Este estudo teve como objetivo identificar fatores de risco para aquisição de Enterobactérias Resistentes aos Carbapenêmicos (CRE) em pacientes internados no Hospital Estadual Bauru.
Metodologia: Foram incluídos pacientes do local de estudo que apresentaram colonização do trato digestório por CRE, de outubro de 2012 a dezembro de 2016, dos quais foram levantados dados clínicos e demográficos. Os isolados foram identificados por métodos fenotípicos e foram testadas as suscetibilidades por concentração inibitória mínima (MIC). Foi realizado um estudo de caso‐controle que incluiu 427 casos e igual número de controles.
Resultados: Os fatores de risco observados foram queimadura (HR 3,91; IC95% 2,36‐6,46; p ≤ 0,001), índice de Charlson (HR 1,12; IC95% 1,05‐1,20; p ≤ 0,001), uso prévio de esteróides (HR 2,79; IC95% 1,94‐4,02; p ≤ 0,001) e antimicrobianos como as penicilinas/inibidores de beta‐lactamases (HR 2,01; IC95% 1,43‐2,82; p ≤ 0,001), cefalosporinas de 3ª. e 4ª. gerações (HR 2,45; IC95% 1,75‐3,44; p ≤ 0,001), quinolonas (HR 1,70; IC95% 1,75‐2,45; p=0,003) e anaerobicidas (HR 1,63; IC95% 1,04‐2,56; p=0,03).
Discussão/Conclusão: Nossos achados sugerem que em setores endêmicos para colonizações e infecções nosocomiais por CRE, como no caso das UTI, a abordagem de rastreamento de isolados pode identificar pacientes com alto risco de infecção por CRE e levar à otimização precoce do tratamento antimicrobiano.