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Vol. 25. Issue S1.
12° Congresso Paulista de Infectologia
(January 2021)
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12° Congresso Paulista de Infectologia
(January 2021)
EP‐138
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FATORES DETERMINANTES DA EXPANSÃO DA LEISHMANIOSE VISCERAL AMERICANA NO ESTADO DE SÃO PAULO
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Marcos Montani Caseiro, Hamida Abdul Malat
Faculdade de Ciências Médicas de Santos (FCMS), Santos, SP, Brasil
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12° Congresso Paulista de Infectologia

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Introdução: A leishmaniose visceral americana (LVA) é considerada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) uma das 10 doenças negligenciadas mais importantes do mundo, sendo causada pelo protozoário Leishmania infantum chagasi. No Brasil, seu principal vetor é o flebotomíneo Lutzomyia longipalpis, responsável pela manutenção de reservatórios silvestres e em cães domésticos (em áreas urbanas) e pela transmissão ao Homem. A LVA era considerada uma doença endêmica rural e, até 1990, quase que exclusiva da região Nordeste. Os primeiros casos de LVA no estado de São Paulo (SP) foram observados em 1999, o que levantou diferentes hipóteses acerca do contexto de introdução e expansão da doença no estado.

Objetivo: Analisar a epidemiologia da LVA no estado de SP de 1999‐2019 e os possíveis fatores contribuintes para sua dispersão no sentido oeste‐leste paulista.

Metodologia: Foram utilizados dados epidemiológicos da Superintendência de Controle de Endemias (SUCEN).

Resultados: Dentro do período estudado, foram notificados 3040 casos de LVA no estado de SP. O pico de incidência e óbitos foi em 2008, às custas do GVE Bauru.

Os primeiros casos foram notificados em 1999, nos municípios de Araçatuba e Birigui, localizados na região noroeste do estado e pertencentes ao Grupo de Vigilância Epidemiológica (GVE) de Araçatuba. Até 2002, apenas os municípios deste GVE foram atingidos; a partir daí, iniciou‐se a dispersão para outros municípios no sentido oeste‐leste, iniciando‐se por Bauru.

Discussão/Conclusão: A distribuição geográfica peculiar da LVA no estado SP é alvo de diferentes estudos e fatores explicativos. A Rodovia Marechal Rondon tem trajeto coincidente com os primeiros municípios a notificarem os casos de LVA. Dentre os 16 municípios do GVE Araçatuba interceptados por essa rodovia, apenas 4 não apresentaram casos até 2002; posteriormente, as primeiras cidades de novos GVEs a notificarem também foram as cortadas pela rodovia. Outra importante hipótese aborda dois aspectos: o fato de a Rod. Marechal Rondon se unir à Rod. BR‐262 e seguir até Corumbá (Mato Grosso do Sul), cidade endêmica para LVA desde 1982; e a construção do gasoduto Bolívia‐Brasil, que mobilizou mão de obra de Corumbá para SP, em 1998. Contextos menores como a urbanização e fatores climáticos também podem influenciar no ciclo de vida do vetor e, assim, no padrão de comportamento da zoonose. Portanto, os movimentos populacionais e impacto no habitat dos vetores podem ter sido a via pela qual a LVA se instalou e dispersou no estado de SP.

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