12° Congresso Paulista de Infectologia
More infoIntrodução: Resistência antimicrobiana tornou‐se um sério problema mundial, associada ao aumento do tempo de internação hospitalar, aos custos do tratamento e às altas taxas de morbimortalidade. O aumento da prevalência de Pseudomonas aeruginosa resistente aos carbapenêmicos (CRPA) em ambiente hospitalar na América Latina está relacionado a fatores de risco. Dessa forma, a identificação dos mesmos pode contribuir para o controle da resistência antimicrobiana.
Objetivo: Identificar a associação entre os fatores de risco e a resistência de P. aeruginosa aos carbapenêmicos (CRPA) em um hospital universitário.
Metodologia: Foi realizado um estudo de caso‐controle de abordagem quantitativa, com coleta de dados em prontuários e fichas do Serviço de Controle de Infecção Relacionada à Assistência à Saúde. Foram incluídos pacientes internados entre janeiro de 2016 e dezembro de 2017 e internados por pelo menos 24 horas, com cultura positiva para P. aeruginosa. Foram excluídas 8 amostras classificadas como contaminação. As infecções de sítio cirúrgico foram excluídas da análise dos fatores de risco. Odds Ratio e Teste Exato de Fisher foram usados para análise estatística.
Resultados: Foram avaliadas 91 culturas para resistência e 47 para fatores de risco. Os fatores que refletiram a maior chance de desenvolver resistência aos carbapenêmicos foram: uso prévio de traqueostomia (OR: 6,050, IC: 1,542 ‐ 23,735); internação no setor de Pneumologia (OR: 5,882, IC: 0,604 ‐ 57,296); uso prévio de aminoglicosídeos e colistina (OR: 4,167, IC: 0,400 ‐ 43,379); admissão em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) (OR: 3,818, IC: 1,043 ‐ 13,981); uso prévio de ventilação mecânica (OR: 3,521, IC: 0,952 ‐ 13,026); sexo masculino (OR: 2,727, CI: 0,825 ‐ 9,011); e uso prévio de carbapenêmicos (OR: 2.600, CI: 0,796 ‐ 8,488).
Discussão/Conclusão: Na análise de associação entre uso de dispositivos e resistência, o uso prévio de traqueostomia foi considerado o principal fator de risco para resistência de CRPA. Os resultados também demonstram que pacientes internados na pneumologia e na UTI tiveram quase 6 e 4 vezes mais chances, respectivamente, de desenvolver resistência aos carbapenêmicos. O uso prévio de aminoglicosídeos, colistina e carbapenêmicos refletiu maiores chances de resistência aos carbapenêmicos. Assim, o uso prévio de traqueostomia é o principal fator de risco para CRPA e possíveis fatores de risco refletem em maiores chances de resistência aos carbapenêmicos em hospital universitário.