Ag. Financiadora: Fapesp
N°. Processo: 2016/15440‐4
Data: 18/10/2018 ‐ Sala: TV 8 ‐ Horário: 13:58‐14:03 ‐ Forma de Apresentação: E‐pôster (pôster eletrônico)
Introdução: A terapia antirretroviral (TARV) melhorou a sobrevida das pessoas que vivem com infecção pelo HIV/Aids (PVHA), que passou de doença fatal para condição crônica.
Objetivo: Fazer o diagnóstico precoce dos fatores de risco e comorbidades em PVHA submetidas ao uso crônico de antirretrovirais.
Método: Estudo observacional que incluiu 88 PVHA do sexo masculino, divididos em três grupos (G): G1 ‐ 24 pacientes em uso da TARV por menos de dois anos; G2 ‐ 26 pacientes em uso da TARV por dois a cinco anos; G3 ‐ 38 pacientes em uso da TARV por mais de cinco anos. A densidade mineral óssea (DMO) do fêmur e da coluna lombar foram avaliados por absorciometria de dupla emissão de raios X ou DXA (Dual‐Energy X‐Ray Absorptiometry). A probabilidade de fratura foi feita pela ferramenta FRAXTM. Parâmetros laboratoriais analisados: níveis séricos de vitamina D, cálcio, fósforo, fosfatase alcalina total, paratormônio (PTH), colesterol total e HDL, creatinina e contagens de linfócitos T CD4+. Calculou‐se a taxa de filtração glomerular (TFG) pela fórmula CKD‐EPI e o risco cardiovascular pelo escore de Framingham. Fez‐se análise descritiva, frequência relativa, qui‐quadrado e teste de média Anova ou Gama.
Resultados: As médias de idade e peso foram, respectivamente, de 42,6±10,7 anos e 76,1kg. A média do IMC dos 88 participantes estava dentro da normalidade, porém 44,3% estavam com sobrepeso e 8% com obesidade. Concentrações normais ou suficientes de vitamina D ocorreram em 60,2% dos indivíduos, insuficiência em 29,5% e deficiência em 10,2%. Houve diferença entre os grupos quanto ao tempo de uso de TARV (< 0,001). Maiores médias de colesterol total e HDL foram encontradas no G2 em relação ao G1, sem diferença com G3. TFG menores foram encontradas no G3 (< 0,001). Risco cardiovascular intermediário foi encontrado em 24,1% e, alto, em 9,2% dos pacientes, enquanto osteopenia ocorreu em 41,9% e osteoporose em 18,9%. As alterações ósseas foram mais frequentes no G3. O FRAX foi avaliado em 68 PVHA, não houve diferenças entre os grupos.
Discussão/conclusão: O uso crônico de antirretrovirais e o aumento da expectativa de vida das PVHA contribuem para o advento de doenças cardiovasculares, renais e ósseas. Assim, considera‐se fundamental traçar estratégias de intervenção precoce dos fatores de risco e comorbidades relacionada à doença crônica e ao tratamento.