Data: 18/10/2018 ‐ Sala: TV 8 ‐ Horário: 13:51‐13:56 ‐ Forma de Apresentação: E‐pôster (pôster eletrônico)
Introdução: A síndrome da imunodeficiência adquirida (Aids) tem destaque entre as infecções sexualmente transmissíveis, por sua gravidade, prevalência e por ser, até o momento, incurável. Estima‐se que 36,7 milhões de pessoas estejam infectadas com HIV no mundo e, no Brasil, de janeiro de 2000 a junho de 2017 foram notificados 673.634 novos casos. Adotar estratégias para controlar essa epidemia é fundamental para barrar o aumento da incidência dessa doença, que já matou 39 milhões de pessoas no mundo.
Objetivo: Descrever o perfil da população com novo diagnóstico de infecção por HIV no Hospital da PUC‐Campinas.
Metodologia: Estudo transversal descritivo‐retrospectivo com uma abordagem quantitativa, cujos dados foram coletados de prontuários do Hospital da PUC‐Campinas, selecionaram‐se casos de infecção por HIV com novo diagnóstico entre janeiro de 2013 e dezembro de 2016.
Resultado: Foram analisados 185 prontuários, 2013 foi o ano com maior número de notificações (59). A maioria dos pacientes está na faixa de 30 a 39 anos (29,7%), são procedentes de Campinas (71%), de cor parda (52%) e com mais de oito anos de escolaridade (30,45%), 5,37% são gestantes. A proporção de homens:mulheres é de 2,5:1 e 23% dos homens declaram o modo de exposição como sexo homossexual. No diagnóstico, 33,87% tiveram doença oportunista, predominaram pneumocistose (10,85%) e neurotoxoplasmose (4,3%). A média inicial de CD4 foi 328,04 un/ml e de carga viral (CV) 162.614,8 cópias/ml; 14,6% tinha CD4 > 500 e 35,1%, CD4<250. Após um ano, tiveram média de CD4 431,3 un/ml e de CV 15698,8 cópias/ml. No diagnóstico, 6% tinham CV indetectável e, após um ano, 32,7%; 13,9% foram a óbito.
Discussão/conclusão: Nota‐se uma queda na incidência do Sudeste, também observada em nossos dados, além de aumento da proporção homens:mulheres nas faixas etárias mais jovens. A exposição homossexual entre homens do nosso estudo (23%) é menor do que a do Estado de São Paulo (44,5%), segundo estudo recente, provavelmente a capital tem uma participação importante nesse aumento. O diagnóstico foi tardio na maioria dos casos, encontrou pacientes já imunologicamente vulneráveis, mostrou falha na estratégia de diagnóstico precoce e refletiu no desfecho ainda desfavorável em nossa região, com 33,87% de infecção oportunista e 13,9% de óbitos no diagnóstico. A adesão ao tratamento ocorreu em apenas em 32,7% se considerarmos a CV indetectável, sugeriu vulnerabilidade no segmento adequado dessa população.