Data: 18/10/2018 ‐ Sala: TV 8 ‐ Horário: 14:05‐14:10 ‐ Forma de Apresentação: E‐pôster (pôster eletrônico)
Introdução: A meta audaciosa da Unaids 90‐90‐90 em resposta à pandemia do vírus da imunodeficiência humana (HIV) prevê até 2020 90% de diagnóstico, 90% de adesão ao tratamento e 90% de supressão viral.
Objetivo: Avaliar a realidade do perfil epidemiológico e imunológico de casos de HIV/Aids cadastrados de 2012 a 2016 no Serviço de Atendimento Especializado (SAE) em Porto Velho, no Estado de Rondônia, na Amazônia Ocidental.
Metodologia: Estudo observacional retrospectivo e descritivo com base em pesquisa de 1.624 exames em prontuário eletrônico no Sistema de Controle de Exames Laboratoriais CD4/CD8 e carga viral do HIV (Siscel) e banco de dados do SAE. Foram excluídas 252 crianças, 16 duplicidades de prontuários e 73 prontuários não localizados, restaram 1.283 de amostra final.
Resultado: A média de diagnósticos por ano foi de 256,6 (240 a 283) com desvio‐padrão (DP) de 18,86. No sexo masculino a média foi de 171,8 (155 a 202) com DP de 19,97. No sexo feminino foi de 84,8 (68 a 101) com DP de 12,01. A média de idade foi de 35 anos (13 a 88) com DP de 11,86. A média do CD4 após diagnóstico foi de 350 cels/mm3 com DP de 292,6. Em 2018, a média do CD4 foi de 575,7 (um a 2.574) com DP de 339,8. Dos casos, 85% tinham carga viral (CV>1.000 cópias/ml) nos exames iniciais. Dos casos, 67% tinham CV não detectada e 74% têm adesão nos exames atuais (2018).
Discussão/conclusão: O estudo revelou um padrão semelhante ao nacional, 67% são do sexo masculino, 63% têm idade entre 20‐40 anos e 76% residem na capital (Porto Velho). Houve diferença estatística significativa entre os gêneros (p<0,05) e diagnóstico mais precoce no sexo masculino. Não houve diferença estatística significante nesses cinco anos analisados. Nos exames iniciais após diagnóstico, 40% foram diagnosticados com imunossupressão (CD4<350 cels/mm3) e 30,5% com CV elevada (> 100.000 cópias/ml), caracterizaram diagnóstico em fase avançada da doença. Nos exames atuais (2018), após tempo suficiente para aderir ao tratamento e ter recuperação imunológica, 47,5% tinham CD4>500 céls/mm3, 74% têm adesão e 67% obtiveram supressão viral. Nossos dados são um retrato do trabalho contínuo de cuidado às pessoas que vivem com HIV (PVHIV) neste serviço. Há um longo caminho a percorrer para se adequar à meta. É um desafio para equipe multidisciplinar suprir essa lacuna, já que estamos próximos de 2020, para assim reduzir drasticamente a transmissibilidade e mortalidade, melhorar a qualidade vida e ambicionar a discriminação zero.