12° Congresso Paulista de Infectologia
More infoIntrodução: A Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA) é uma antropozoonose causada por protozoários do gênero Leishmania. Amplamente distribuída nas Américas, no Brasil, a maior prevalência da doença ocorre na região Norte. O Amazonas registra em média, 2 mil casos por ano, sendo as invasões desordenadas e às condições climáticas alguns dos fatores que podem influenciar no número de casos registrados. Nesse estado no período de janeiro de 1991 a julho de 2000, surgiram no Município de Manaus 41 novos focos de transmissão de leishmaniose tegumentar americana, distribuídos entre invasões ou ocupações desordenadas, novos conjuntos residenciais, áreas de lazer e projetos agropecuários, fato que também contribui para maior exposição de crianças, e entre 2001 e 2010 foram notificados 21.492 casos.
Objetivo: Descrever o perfil epidemiológico da leishmaniose tegumentar americana no Amazonas entre 2010 e 2019 e observar se houve aumento ou declínio no número de casos.
Metodologia: A análise foi realizada a partir da coleta de dados disponíveis no Sistema de Informações de Agravos de Notificação (SINAN).
Resultados: Foram notificados no período estudado, 17.187 casos de LTA em 60 (96,77%) dos 62 municípios do Estado, com maior prevalência em Manaus, Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva, que juntos notificaram 9.950 (57,89%) dos casos sendo respectivamente, 6.954, 1.618 e 1.378 casos acumulados. Maior número de casos 13.625 (79,28%) foram registrados no sexo masculino; 6.582 (48,30%) com idade entre 20‐39 anos. Crianças abaixo de 10 anos representaram 1.284 (7,47%) dos casos. Maior número de notificações 2.390 (13,91%), 2.370 (13,79%), 1.943 (11,31%) respectivamente em 2011, 2012 e 2017 e menores 897 (5,22%), 1.242 (7,23%) e 1.318 (7,67%) em 2016, 2010 e 2019 respectivamente. Foram ainda notificados maior número de casos 16.610 (96,6%) na forma cutânea; recidiva representou 677 (3,9%) dos casos.
Discussão/Conclusão: Embora a LC se mantenha prevalente no estado, acometendo principalmente homens em idade produtiva, observou‐se que a média anual de casos diminuiu (20,0%) de 2.149,2 para 1.718,7 quando comparado com um estudo realizado entre 2001 a 2010.