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Vol. 28. Issue S2.
14° Congresso Paulista de Infectologia
(October 2024)
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EP-486 - INFECÇÃO DE PRÓTESE ARTICULAR DO JOELHO CAUSADA POR PARVIMONAS MICRA: UM RELATO DE CASO
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Ícaro Santos Oliveira, Daniel Litardi, Paola Cappellano, Andre Mario Doi, Mauro Costa Salles
Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), São Paulo, SP, Brasil
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Vol. 28. Issue S2

14° Congresso Paulista de Infectologia

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Introdução

Há poucos casos relatados de infecção de prótese articular (IPA) por Parvimonas micra.

Objetivo

Relatamos o caso de uma IPA do joelho tardia por Parvimonas micra em uma mulher de 80 anos, tratada com sucesso com antibióticos e cirurgia de troca em dois tempos.

Método

Um relato de caso é apresentado e uma revisão narrativa da literatura usando os termos "infecção da articulação protética", "artroplastia infectada", "Parvimonas micra", "Peptostreptococcus micros" e "Micromonas micra" no PubMed, Medline e Embase é descrita.

Resultados

Uma mulher de 80 anos tabagista, com diabetes, hipertensão, obesidade, câncer de mama prévio e osteoartrite do joelho esquerdo foi submetida a artroplastia total primária do joelho (ATJ) em agosto de 2018. Três meses após a ATJ, foi submetida a gastrectomia para tratar uma úlcera perfurada. Em julho de 2023, cursou com dor crônica no joelho esquerdo, soltura protética no raio-x, leucocitose (10420) e PCR aumentado (6,9); a artrocentese revelou 51195 células, com 83% de neutrófilos. Uma troca em dois estágios foi proposta. No primeiro estágio, um espaçador de polimetilmetacrilato (PMMA) contendo Vancomicina e Gentamicina foi colocado. Culturas de tecido, fluido sinovial e de sonicação identificaram P. micra multissensível ao lado de S. aureus multissensível usando MALD TOF MS. O sequenciamento completo do genoma (WGS) confirmou P. micra. Ceftriaxona e Daptomicina foram prescritas e não houve evento adverso. Após 12 semanas de tratamento, ela foi submetida à remoção do PMMA e uma prótese de revisão foi colocada. A capacidade motora foi restabelecida e não foram observadas recorrências de infecção após um acompanhamento de 12 meses. A revisão narrativa revelou 17 relatos de casos de IPA (6 joelho e 11 quadril) por P. micra, dos quais 9 foram infecções monomicrobianas.

Conclusão

P. micra é uma bactéria anaeróbica Gram-positiva que coloniza cavidade oral e intestino e tende à formação de biofilme. A identificação dela pode ser interpretada erroneamente como um contaminante, mas procedimentos dentários e gastrointestinais resultam em disseminação hematogênica, em hospedeiros imunocomprometidos, como no caso. Bacteremia por P. micra complicada com infecções musculoesqueléticas já foi descrita. Dos 17 casos de IPA, 9 foram descritos nos últimos 5 anos, devido a melhorias no diagnóstico. Este relato destaca um caso cujo sucesso se deve à melhoria na identificação microbiológica com a combinação de meios de cultura clássicos com métodos de sequenciamento genômico mais recentes.

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