14° Congresso Paulista de Infectologia
More infoSegundo Boletim Epidemiológico HIV/AIDS 2023, no Brasil, de 2007 a 2023, foram 489.594 casos, com 43.403 novos casos em 2022. Quanto à AIDS, de 1980 a 2023, houveram 1.124.063 casos. Em 2022, foram 36.753 casos, com aumento de 3,8% em relação a 2021, mas ainda com incidência menor que em 2019, antes da pandemia de COVID-19 que contribuiu para reduzir notificações. A fim de elaborar estratégias de combate ao HIV, o Ministério da Saúde definiu como população-chave aquelas que apresentam altas prevalências de infecção pelo HIV quando comparadas à população geral, como trabalhadores sexuais e população em situação de rua.
ObjetivoAnalisar aspectos sociais, comportamentais e prevalência de HIV/AIDS em população-chave de Barretos-SP, a partir da testagem rápida e anônima.
MétodoForam realizadas palestras sobre HIV/ADIS, distribuição de preservativos, folhetos educativos, oferta de testagem anônima por fluido oral, pois não é invasivo, tem baixo risco biológico e amplia acesso ao diagnóstico, e participação da pesquisa através de questionário anônimo em uma casa de prostituição e um abrigo de pessoas em situação de rua em Barretos-SP. Foram excluídos do estudo: recusa de participação e inelegibilidade para realização do teste de fluido oral. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética do Hospital de Amor de Barretos.
ResultadosNa amostra de 50 participantes, não houve teste positivo para o HIV.Sobre sexo atribuído ao nascimento, 60% homens, 36% mulheres e 4% não responderam.15,2% foram pretos, 50% pardos, 26,1% brancos, 2,2% amarelos, 6,5% não declararam. A idade média foi de 39,8 anos, 66% eram de outro município, 26% trabalhadores sexuais, 50% em situação de rua, 18% tem antecedente prisional, 13% com IST prévia. Em relação ao uso de drogas, 15,2% não usam, 54,3% usam drogas lícitas, 28,3% usam ilícitas inalatórias e 2,2% usam ilícitas injetáveis.60,9% fazem sexo só com mulheres, 28,3% fazem sexo só com homens e 10,9% bissexuais. O autoteste de saliva contribuiu para decisão de realizar o teste em 47,8%.26,1% afirmaram nunca ter realizado o teste antes.
ConclusãoA testagem da população-chave é estratégia reconhecida de prevenção do HIV/AIDS.O fato dos participantes, em sua maioria, serem oriundos de locais onde são feitas sorologias de ISTs regularmente e da pequena amostra podem justificar o achado de 100% de testes negativos. Apesar de nenhum teste positivo, é importante ampliar a testagem da população e o acesso à triagem para haver seguimento adequado a fim de reduzir casos de HIV/AIDS.