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Vol. 28. Issue S2.
14° Congresso Paulista de Infectologia
(October 2024)
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EP-421 - UM RARO CASO DE NEUROASPERGILOSE EM PACIENTE IMUNODEPRIMIDO PELO HIV/AIDS - RELATO DE CASO
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Renata Bezerra de Miranda, Sara Grigna G.A.M. Medeiros, Igor Thiago Queiroz, Guilherme Lucas de Oliveira Lima, Túlio Pereira Ramalho, Fábio Medeiros de Azevedo
Hospital Giselda Trigueiro, Natal, RN, Brasil
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Vol. 28. Issue S2

14° Congresso Paulista de Infectologia

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Introdução

Aspergilose é uma infecção fúngica passível de acometer diversos sítios. É rara no sistema nervoso central (SNC), ocorrendo principalmente em imunodeprimidos graves.

Objetivo

Relatamos o caso de um paciente com AIDS e aspergilose invasiva do SNC (AI-SNC) pela raridade da sua apresentação, para chamar a atenção para esse diagnóstico diferencial nos pacientes com AIDS e manifestações neurológicas.

Método

Revisamos um total de 47 casos - incluindo o que relatamos - de infecção pelo HIV/AIDS e AI-SNC com confirmação diagnóstica por histopatológico ou cultura.

Resultados

Paciente com infecção pelo HIV de longa data, tratamento irregular, carga viral (CV) do HIV indetectável, sinais clínicos e laboratoriais de imunossupressão avançada, com sintomas neurológicos inespecíficos - cefaleia e tontura. Iniciou terapia empírica para neurotoxoplasmose, após imagem radiológica sugestiva. Apresentou convulsão, hemiparesia esquerda rapidamente progressiva, com necessidade de abordagem neurocirúrgica, evoluindo para óbito 45 dias após o início dos sintomas, sem que houvesse a suspeita de infecção fúngica invasiva. A confirmação diagnóstica de neuroaspergilose por biópsia de material cerebral foi feita apenas post mortem. Na análise dos dados, essa neuroinfecção foi mais prevalente no sexo masculino, acometendo ampla faixa etária - 18 meses a 65 anos, todos com infecção avançada pelo HIV, sendo o caso que relatamos o único com CV indetectável. Os principais fatores de risco foram contagem de linfócitos T CD4+ < 50 céls/mm³ e neutropenia. Alteração do estado mental, cefaleia e convulsão foram as manifestações mais frequentes. Em mais de 78% dos casos havia também comprometimento extra-SNC. Quando realizado tratamento antifúngico, anfotericina B foi a droga mais utilizada. A letalidade foi superior a 91%.

Conclusão

O diagnóstico de AI-SNC é desafiador em decorrência da baixa suspeição clínica em indivíduos infectados pelo HIV, inexistência de imagem radiológica específica, dificuldade na realização de coleta de material para cultura e/ou histopatológico e demora para o resultado de biópsias. Por isso, chamamos a atenção para esse diagnóstico diferencial em indivíduos imunodeprimidos por HIV/AIDS com manifestações neurológicas ou sintomas focais inespecíficos, mesmo sem fator de risco clássico para a aspergilose, como neutropenia, e sugerimos o início precoce de tratamento empírico antifúngico dada a alta morbimortalidade, enquanto se prossegue com a investigação etiológica.

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