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Vol. 28. Issue S2.
14° Congresso Paulista de Infectologia
(October 2024)
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14° Congresso Paulista de Infectologia
(October 2024)
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EP-420 - DESEMPENHO DA CARGA VIRAL PLASMÁTICA DO CITOMEGALOVÍRUS NO DIAGNÓSTICO DE DOENÇA NEUROLÓGICA CITOMEGÁLICA EM PESSOAS COM AIDS AVANÇADA.
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Gustavo Arthur Reis Schneider, Giuliane Bogoni, Raphaela Ferrari, Rodovaldo Moraes Lucas Júnior, Nidyanara Francine Castanheira, Rosa Marcuso, Jose Ernesto Vidal
Instituto de Infectologia Emílio Ribas, São Paulo, SP, Brasil
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Vol. 28. Issue S2

14° Congresso Paulista de Infectologia

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Introdução

Doença citomegálica neurológica continua causando elevada morbidade e mortalidade em pessoas com aids avançada. Atualmente não existe consenso sobre o uso de pontos de corte de carga viral plasmática do citomegalovírus (CMV), no diagnóstico das complicações neurológicas causadas por esse vírus na aids avançada.

Objetivo

Avaliar o desempenho da carga viral plasmática do CMV no diagnóstico de doença neurológica citomegálica em pessoas com aids avançada.

Método

Estudo observacional, de coorte e retrospectivo, realizado em centro terciário de São Paulo, Brasil. Foram incluídos pacientes admitidos no hospital, durante o período de um ano, e que apresentaram os seguintes critérios: (i) diagnóstico confirmado de infecção por HIV-1; (ii) contagem de linfócitos T-CD4+ ≤ 100 células/µL; e (iii) coleta de carga viral plasmática do CMV na admissão hospitalar. Posteriormente foram identificados os pacientes com lesão de órgão-alvo citomegálica confirmada, incluindo a neurológica (encefalite e/ou polirradiculopatia). Calculou-se desempenho da carga viral do CMV (sensibilidade -Se-, especificidade -Es-, valor preditivo positivo -VPP-, valor preditivo negativo -VPN-, acurácia -Ac-, razão de verossimilhança positiva -RVP-, e razão de verossimilhança negativa -RVN- em pacientes com doença neurológica citomegálica, utilizando diversos pontos de corte de carga viral do CMV.

Resultados

No período do estudo foram internadas 830 PVHIV e 245 (29.5%) delas foram incluídos. A mediana (IQR) de idade dos pacientes foi 38 (30-46) anos e 183 (74.7%) deles foram do sexo masculino. Durante a internação, 17 (6.9%) pacientes tiveram lesão de órgão-alvo pelo CMV: 6 (2.4%) apresentaram doença neurológica e 11 (4.5%) tiveram doença não neurológica. A presença de carga viral plasmática de CMV ≥ 1.000 UI/mL mostrou Se = 83.3%, Es = 78.7%, VPP = 8.9%, VPN = 99.5, Ac = 78.8%, RVP = 3.9 e RVN = 0.2 no diagnóstico de doença neurológica. Por outro lado, a presença de carga viral plasmática de CMV ≥ 30.000 UI/mL mostrou Se = 83.3%, Es = 97.5%, VPP = 45.4%, VPN = 99.6, Ac = 97.1%, RVP = 33.3 e RVN = 0.03 no diagnóstico de doença neurológica.

Conclusão

O resultado do desempenho da carga viral plasmática de CMV ≥ 30.000 UI/mL sugere o uso potencial desse valor de corte no diagnóstico da doença neurológica citomegálica na prática clínica diária. Maiores estudos são necessários para confirmar esse achado e suas implicações terapêuticas.

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