14° Congresso Paulista de Infectologia
More infoAs inovações tecnológicas podem colaborar para controlar a infecção de HIV/aids com o aumento da testagem do vírus, por meio de testes rápidos não invasivos. O Teste Rápido Oral (TRO) foi desenvolvido em 2004 como opção de diagnóstico precoce e preventivo para diagnosticar o vírus HIV, na saliva humana, com garantia de manter sigilo de identidade sobre o estado sorológico e pode ser aplicado pelos Cirurgiões-Dentistas (CD) para contribuir com o monitoramento da infecção e diminuir o percentual de pessoas que não conhecem seu estado sorológico. No Brasil, passados 42 anos desde o primeiro caso de aids questiona-se qual é o grau de conhecimento sobre a infecção pelo HIV, qual a percepção dos CD e quais equívocos mais comuns destes profissionais diante, da meta de ampliação do diagnóstico de HIV.
ObjetivoAvaliar o grau de conhecimento sobre HIV/aids entre Cirurgiões-Dentistas do Estado de São Paulo e analisar a percepção sobre a oferta do TRO.
MétodoEstudo transversal, exploratório e descritivo. Foram enviados convites a 87.467 CD com inscrição ativa no Conselho Estadual de Odontologia de São Paulo para responder a dois questionários online de forma independente sem associação das respostas entre os participantes, disponibilizados no período de março a abril de 2021: o primeiro foi o “HIV Knowledge Questionaire” adaptado para o Brasil (HIV-K-Q-43) e o segundo questionário “Sociodemográfico e técnico”, sobre percepção da oferta do TRO. A análise estatística foi feita considerando os percentuais de respostas corretas e incorretas no conjunto dos itens do questionário. O estudo obteve aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa, sob o número CAAE 34102820.3.0000.5392.
ResultadosObteve-se dois grupos independentes: o primeiro com 701 respondentes ao HIV-K-Q-43 e o segundo, conteve 477 CD relacionados com a percepção sobre oferta do TRO. No tocante ao conhecimento relacionado ao HIV (HIV-K-Q-43), a maioria (75%) respondeu corretamente aos itens avaliados, com média das respostas de 37,4%, mínimo de 28 e máximo de 42 questões. Sobre a percepção da testagem de HIV pelo TRO, houve predomínio do sexo feminino (65,41%), tempo de formação maior que 20 anos (53%), com especialização (56,21%) e proprietários de clínica odontológica (52,13%).
ConclusãoO grau de conhecimento dos CD em relação à prevenção, transmissão e conhecimentos gerais sobre HIV/aids e a análise da percepção desses profissionais mostraram ser possível a oferta do TRO, para o diagnóstico da infecção, na prática odontológica.