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Vol. 28. Issue S2.
14° Congresso Paulista de Infectologia
(October 2024)
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EP-410 - USO DE SUBSTÂNCIAS E DÉFICITS NEUROCOGNITIVOS EM PESSOAS QUE VIVEM COM HIV
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Francisco José Del Hierro Chaves, Lenice do Rosário de Souza
Faculdade de Medicina de Botucatu (FMB), Botucatu, SP, Brasil
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Vol. 28. Issue S2

14° Congresso Paulista de Infectologia

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Introdução

Mudanças químicas nas células do sistema nervoso central (SNC) infectadas pelo HIV e reações inflamatórias podem levar à “HIV associated neurocognitive disorder” (HAND). Sabe-se que o álcool, a cocaína e o crack têm efeitos agravantes na HAND, provocando aumento de citocinas inflamatórias no SNC.

Objetivo

O objetivo deste projeto foi estudar os déficits neurocognitivos em pessoas que vivem com HIV (PVHIV) que utilizam álcool, cocaína ou crack.

Método

Realizado no Serviço de Ambulatórios Especializados de Infectologia Domingos Alves Meira, em Botucatu, sendo aplicados o Mini Exame do Estado Mental (MEEM) e a Escala de Atividades Instrumentais de Vida Diária de Lawton (EAIVD). Foram excluídas PVHIV com mais de 50 anos.

Resultados

Foram estudadas 78 PVHIV, divididas em três grupos, G1, 14 pessoas que nunca consumiram crack, cocaína ou álcool; G2, 32 pessoas que utilizam ou já utilizaram crack ou cocaína; e G3, 32 pessoas que ingerem ou já ingeriram bebidas alcoólicas e que nunca utilizaram crack ou cocaína. Os três grupos eram compostos, na sua maioria, por homens, sendo no G1 57,1%, G2, 81,3% e G3 62,5%. Escolaridade, tempo de infecção pelo HIV e de terapia antirretroviral (TARV), médias do nadir e da última contagem de T CD4+ não apresentaram diferenças na comparação entre os grupos. Resultados da EAIVD revelaram que no G1, 5 (35,7%) pessoas eram parcialmente dependentes e 9 (64,3%) eram independentes. No G2, eram 10 (31,2%) pessoas parcialmente dependentes e 22 (68,8%), independentes. No G3, 5 (15,6%) pessoas eram parcialmente dependentes e 27 (84,4%), independentes. Não foram observadas PVHIV totalmente dependentes nesta casuística. Quanto ao MEEM, obteve-se que no G1, 7 (50,0%) pessoas não apresentaram alterações, 4 (28,6%) tinham declínio cognitivo leve e 3 (21,4%), declínio grave; no G2, 14 (43,8%) PVHIV tinham cognição normal, 12 (37,5%) apresentaram declínio leve e 6 (18,7%), declínio grave. No G3, 7 (21,9%) não tinham alterações, 4 (43,7%) apresentaram declínio leve e 3 (34,4%), declínio grave. Na comparação entre os grupos, não houve diferenças na dependência para atividades instrumentais de vida diária e na pontuação do MEEM.

Conclusão

O uso de substâncias ilícitas, bem como, o álcool, não teve impacto expressivo na funcionalidade diária das PVHIV, nem no declínio cognitivo, relacionado à escolaridade, tempo de infecção pelo HIV e de TARV, médias do nadir e da última contagem de T CD4+, de acordo com os instrumentos utilizados, quando sob TARV efetiva.

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