14° Congresso Paulista de Infectologia
More infoA Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS), é o estágio avançado da infecção pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV), caracterizado por doenças oportunistas. Esta síndrome foi identificada pela primeira vez no Brasil no ano de 1983 e continua sendo uma preocupação de saúde pública, especialmente em regiões como São Paulo. Nos últimos 10 anos (2014 a 2023), mais de 45 mil casos de AIDS foram notificados no estado de São Paulo, o que evidencia a gravidade desta infecção pelo HIV. Entretanto, nesta década em questão, foi possível identificar uma queda progressiva nas notificações. Com os avanços no desenvolvimento do tratamento antirretroviral, pode-se supor que este seja um dos motivos para a redução do número de pacientes com AIDS em São Paulo.
ObjetivoDescrever o perfil dos casos de AIDS notificados no estado de São Paulo.
MétodoDados retirados do DATASUS (MS/SVSA/Dathi). entre os anos 2014 e 2023, analisados segundo: ano de diagnóstico, faixa etária, sexo, raça/cor, escolaridade e orientação sexual. A obtenção, organização e tabulação dos dados foram realizadas utilizando-se o programa Google Sheets.
ResultadosAo total, foram notificados 47.984 casos entre 2014 e 2023, com regressão anual e progressiva no número de casos notificados no período considerado; destes 76,9% são do sexo masculino e 23,1%, feminino; no que se refere a orientação sexual 6,6% declararam-se bissexual, 45% heterossexual e 32,9% homossexual. A maioria dos pacientes se encontra na faixa etária de 20 a 34 anos (42,9%), em segundo, de 35 a 49 anos (36,3%); quanto à raça/cor 50,6% se auto referiram brancos, 43,6% pretos/pardos e 0,7% amarelos/indígenas. Com relação à escolaridade 21,9% possuem educação superior completa/incompleta e 34,1% ensino médio completo.
ConclusãoDestaca-se que quase metade dos indivíduos não concluiu a educação básica. Ademais, o grupo heterossexual é a sexualidade predominante entre os pacientes. Evidencia-se também que o sexo masculino é o mais afetado pela AIDS. Portanto, urge a necessidade de investimento em políticas públicas de saúde específicas para ampliar o conhecimento desse público quanto às medidas de prevenção e controle da doença, além da expansão do acesso aos serviços especializados em ISTs/Aids, como a profilaxia pré-exposição ao HIV (PrEP) para a população em geral. Cabe ressaltar as limitações do banco de dados SINAN quanto à precária quantidade de categorias disponíveis, o que limita uma avaliação mais extensa do presente estudo.