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Vol. 28. Issue S2.
14° Congresso Paulista de Infectologia
(October 2024)
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(October 2024)
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EP-362 - SÍNDROME PÓS-COVID EM PESSOAS QUE VIVEM COM O HIV/AIDS
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Camila Gonçalves Alves, Lenice Rosário Souza, Carlos Magno C.B. Fortaleza, Karen Ingrid Tasca
Faculdade de Medicina de Botucatu (FMB), Universidade Estadual Paulista (UNESP), Botucatu, SP, Brasil
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Vol. 28. Issue S2

14° Congresso Paulista de Infectologia

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Introdução

Síndrome Pós-Covid (SPC) se refere aos sintomas persistentes após 3 semanas do diagnóstico da Covid-19. Com uma estimativa de 200 milhões de pessoas afetadas, são escassos os estudos que avaliam SPC nas pessoas que vivem com o HIV/aids (PVHA), e portanto, sua caracterização e o melhor entendimento sobre seu impacto na qualidade de vida, merecem ser estudados para que haja direcionamento assertivo em políticas de encaminhamento/tratamento destes casos.

Objetivo

Verificar a incidência da SPC, suas características, os fatores de risco associados e o impacto desta condição na qualidade de vida das PVHA, considerando a percepção as mudanças na escala do estado funcional e grau de dependência na execução de tarefas motoras, cognitivas e de comunicação.

Método

Trata-se de um estudo retrospectivo de amostra de conveniência, que envolveu 102 adultos acompanhados no Serviço de Infectologia de Botucatu (SAEI-DAM), e que tiveram o diagnóstico de infecção por SARS-CoV-2 entre 2022-2023. Apenas àqueles que relataram SPC, os instrumentos de coleta, aplicados por telefone, foram: 1) Escala do estado funcional Pós-Covid-19 (PCFS); 2) Medical Outcomes Study (SF-36); e 3) Medida de Independência Funcional (MIF). Foram realizadas tabelas de associações e regressão logística na análise (p < 0,05).

Resultados

Das 50 PVHA que atenderam as ligações, 17 (34%) relataram SPC e 13 aceitaram participar do estudo. A média de idade foi de 43,3 anos (±13), 84,6% eram mulheres, 23,1% haviam sido hospitalizados, 15,4% tiveram infecção aguda assintomática e 15,4% apresentava alguma comorbidade. O cansaço foi o sintoma persistente mais evidente, presente em 76,9% dos participantes. Nenhum parâmetro do HIV teve associação com a ocorrência de SPC, e o único fator de risco encontrado foi o sexo feminino (OR: 6,979; 1,677-29,051, IC95%, p = 0,0076). Na PCFS, 69,2% das pessoas relataram grau zero de dependência antes da Covid, mas só 53,4% permaneceram neste mesmo nível após a doença, sendo que 15,4% dos participantes relataram precisar de algum tipo de supervisão para alguma atividade cotidiana. Na análise da qualidade de vida, a pontuação atingida foi, em média, 52,3(±5), de um total possível de 74 pontos, ou seja, houve uma piora superior a 25%.

Conclusão

A SPC ocorreu em 1/3 das PVHA, e refletiu em substancial piora na qualidade de vida. São necessárias e urgentes recomendações de intervenções que promovam melhorias na saúde física e mental desta população.

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