14° Congresso Paulista de Infectologia
More infoA mucormicose é uma infecção fúngica invasiva cuja maior incidência pode ser observada em pacientes infectados pelo SARS- COV- 2 durante a pandemia de COVID-19. O processo de infecção viral promove graus variáveis de comprometimento imunológico com inflamação desregulada, com perda de células reguladoras como linfócitos T CD4 e CD8. Pacientes com quadros graves de COVID-19 internados em UTI para uso de ventilação mecânica e com internação prolongada são mais propensos a desenvolver infecções fúngicas secundárias, sendo que a mucormicose pode causar quadros clínicos invasivos com elevada gravidade e desfechos desfavoráveis.
ObjetivoO objetivo desta revisão sistemática é analisar de forma crítica e verídica as publicações científicas atuais que relatam a ocorrência de coinfecção entre mucormicose e SARS- COV-2 durante a pandemia de COVID-19, e realizar um levantamento de dados sintetizando as principais informações sobre prevalência, fatores de risco associados, tratamento adequado e prognóstico.
MétodoRevisão de onze artigos publicados em revistas e jornais médicos, nos últimos cinco anos, nas bases de dados PubMed, Biblioteca Virtual de Saúde (BVS) e MedLine. Foram incluídos artigos em idioma português e inglês e utilizado o marcado boleano “AND”.
ResultadosOs dados atuais publicados na literatura relatam um aumento nos casos de murcomicose no ano de 2020 em relação ao ano anterior, quando ainda não havia sido descrita a pandemia. Além disso, indivíduos infectados pelo SARS-COV-2 e que recebem corticosteroides sistêmicos sem indicação ou de forma indiscriminada, e/ou que têm histórico de diabetes mellitus não controlado são mais propensos a desenvolver manifestações graves de murcomicose pós infecção por SARS- COV- 2.
ConclusãoA revisão de diversos estudos permitiu observar que existe uma associação clara entre a COVID-19 e mucormicose, sendo relatados desfechos com mau prognóstico, principalmente em pacientes diabéticos e naqueles que receberam corticosteroides em altas doses. A suspeita diagnóstica precoce e a investigação propedêutica adequada são decisivas para a terapêutica direcionada e assertiva, uma vez que podem melhorar os índices de sobrevida dos indivíduos acometidos pela mucormicose em vigência da coinfecção por SARS-COV-2.