14° Congresso Paulista de Infectologia
More infoA dengue é uma arbovirose transmitida pela fêmea do mosquito Aedes Aegypti infectada pelo vírus, possui quatro diferentes sorotipos (DENV-1, DENV-2, DENV-3, DENV-4). É uma doença infecciosa febril aguda, que pode apresentar desde sintomas leves até formas mais graves. Considerada uma doença tropical negligenciada, é um dos principais problemas de saúde pública no Brasil, com quase quatro milhões de casos notificados e quase duas mil mortes nos primeiros meses de 2024.
ObjetivoDescrever as características clínicas, epidemiológicas e laboratoriais dos casos de dengue notificados em um serviço de saúde de uma Universidade Pública no Interior do Estado de São Paulo.
MétodoTrata-se de um estudo descritivo exploratório com dados extraídos de planilha Excel do Núcleo de Vigilância Epidemiológica do serviço, no período de 31/12/2023 a 20/04/2024.
ResultadosDentre os 663 casos analisados, 71,64% foram encerrados como positivo, sendo 360 (54,28%) por critério clínico-epidemiológico e 115 (17,34%) por critério laboratorial, 188 casos (28,35%) foram descartados. Dentre os 475 casos positivos, 96 foram confirmados pelo teste DUO - NS1/IgM/IgG realizados em nosso serviço, dos quais 14 casos (14,58%) apresentaram NS1 e IgM reagentes, 66 (68,75%) NS1 reagente e 16 (16,67%) IgM reagente. O marcador sorológico IgG foi encontrado isoladamente em 38 testes (39,58%). Dentre os casos confirmados para dengue, 244 (51,36%) era do sexo feminino; a faixa etária com maior ocorrência de casos foi dos 20 a 29 anos (48,84%); com relação ao vínculo com a universidade, 305 eram alunos (64,21%), 153 funcionários (32,21%) e 17 externos (3,57%). Os sintomas prevalentes foram cefaleia (90,9%), mialgia (88,2%) e febre (86,3%). A análise dos exames laboratoriais mostrou que 54,10% dos pacientes apresentaram leucopenia e 40,84%, plaquetopenia; 23 (4,84%) apresentaram sinais de alarme e sete foram encaminhados para internação. Todos os casos positivos evoluíram para cura.
ConclusãoOs dados mostram um aumento de 920,83% dos casos de dengue quando comparado ao ano anterior. As manifestações mais predominantes foram cefaléia, mialgia e febre, sendo mais prevalente em adultos jovens, evidenciando o público mais atendido no serviço e destacando a faixa etária mais atingida pela doença desde a introdução do vírus no Brasil.