14° Congresso Paulista de Infectologia
More infoA dengue é uma doença febril aguda capaz de se manifestar sob um amplo espectro clínico, desde um quadro leve e autolimitado a quadros graves e complicados, como a febre hemorrágica fatal. O aumento vertiginoso no número de casos novos ao longo dos anos torna a dengue um problema de saúde pública recorrente e paulatinamente mais preocupante no país.
ObjetivoAcompanhar a evolução no número de casos de dengue notificados no estado de São Paulo nos anos de 2018 a 2024.
MétodoTrata-se de um estudo epidemiológico realizado por meio de pesquisa ao DATASUS, com dados obtidos do SINAN, SisCel e SIM, referentes ao período de 2018 a 2024. Empregado os dados de casos prováveis notificados por evolução segundo município de “Dengue clássica” e “Dengue com complicações” no estado de São Paulo.
ResultadosA análise dos dados neste período aponta as cidades de São José do Rio Preto, São Paulo, Campinas, Ribeirão Preto e Sorocaba como as mais acometidas pelo agravo no estado de São Paulo (SP). Somam-se 1.768.771 casos notificados de dengue clássica, sendo que 23.181 deles evoluíram à complicações da doença. Os casos novos cresceram nos últimos 3 anos com pico em 2024 e recorde de 8.191 registros. Os óbitos notificados têm maior número absoluto em 2024 da dengue clássica, equiparando-se a 2023 nos casos complicados da doença. Os índices de cura aumentam a partir de 2018 com 92,3% e 79,5% até uma queda significativa em 2024 com 83% e 68,7% das formas clássica e grave, respectivamente.
ConclusãoOs resultados atestam que o número de casos novos de dengue notificados neste período evolui com uma piora preocupante no estado de SP, já que há um aumento importante tanto da “Dengue clássica” quanto da “Dengue com complicações” ao longo dos anos. Nota-se que o controle dos índices relacionados à infecção e morte por dengue de 2018 a 2021, progressivamente menores, não se mantiveram, uma vez que em 2024 eles são duas vezes maiores se comparados ao ano anterior. No mais, há menores percentuais de cura associados em 2024 em contraponto a 2018, com 83% e 68,7% a 92,3% e 79,5% para as formas clássica e grave da doença, respectivamente. Seja pela carência de políticas devidamente efetivas no controle do vetor, seja pela escassez de recursos para um tratamento eficiente, os anos subsequentes a 2018 obtiveram os piores dados relacionados, com aumento na quantidade de casos e redução da resolubilidade dos mesmos. Os resultados desfavoráveis no que tange ao controle do agravo atestam a gravidade relacionada à dengue no país.