14° Congresso Paulista de Infectologia
More infoA vitamina D desempenha um papel crucial no metabolismo ósseo. Estudos recentes evidenciam a deficiência de vitamina D acompanhada de diversos agravos à saúde, inclusive ao aumento do risco de ocorrer afecções, como o próprio HIV (Vírus da Imunodeficiência Humana). Desde o Dia Mundial da Aids em 2017, o Brasil começou a ofertar no SUS a Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) ao HIV que consiste no uso de medicamentos antirretrovirais (ARV) fumarato de tenofovir disoproxil com emtricitabina para reduzir o risco de adquirir a infecção pelo HIV. Ademais, se o uso da PrEP visa minorar o risco de acometimento à infecção pelo HIV, a consequência de hipovitaminose D pode vir a ser um paradoxo. Nesse contexto, a avaliação da vitamina D anterior e posterior ao uso de PrEP em populações não infectadas fornece insights para avaliar mais diretamente os efeitos do ARV na hipovitaminose D.
ObjetivoRealizar a análise quantitativa dos níveis de vitamina D anterior e posterior ao uso de PrEP no período de 2021 a 2022 em um hospital de referência no município de Manaus, Amazonas.
MétodoFora delineado um estudo quantitativo, descritivo, retrospectivo, por meio de levantamento de dados de pessoas que realizaram o uso da PrEP de 2021 e 2022 por meio de fontes secundárias em casos registrados no Sistema de Gerenciamento Logístico dos Medicamentos Antirretrovirais (SICLOM), bem como pela análise de dados mais específicos por meio da plataforma iDoctor.
ResultadosNo período deste estudo, foram analisados 81 prontuários e, destes, 37 corresponderam às adequações do trabalho. Dentre estes casos, 28 (75%) tinham entre 26 e 41 anos e 31 (86%) eram do sexo masculino. Em relação aos níveis de vitamina D antes e após o uso da PrEP, observou-se uma redução percentual de 88% nos níveis após o uso, em comparação com os níveis anteriores. Além disso, é importante frisar que houve uma prevalência de 20 (54%) casos em que os níveis de vitamina D antes já estavam abaixo do preconizado pela Sociedade Americana de Endocrinologia.
ConclusãoHouve uma diminuição significativa dos níveis de vitamina D depois do uso da PrEP em pacientes nos anos de 2021 e 2022. Observou-se, ainda, que os níveis séricos de vitamina D foram baixos na maioria (54%) dos casos antes do uso da PrEP. Os resultados deste estudo confirmam a importância de avaliar mais diretamente os efeitos dos ARV na hipovitaminose D com o fito de propiciar maior qualidade de vida aos pacientes.